entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...
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o que é um bebê?<br />
Paula Albano<br />
32<br />
“como uma janela, o aparato neurofisiológico se abre à espera do<br />
que possa entrar, mas aquilo que entra depende daquele que se sente<br />
convocado a fazer dessa fenda o lugar de um encontro” (mariotto,<br />
2009, p. 55).<br />
A pergunta “o que é um bebê?” pode parecer insólita ao leitor, afinal todos<br />
sabem o que é um bebê e podem lançar mão de inúmeros adjetivos para<br />
descrevê-lo. contudo, apesar da aparente simplicidade da questão, ela se<br />
torna central para que, em um segundo momento, possamos nos perguntar<br />
de que um bebê precisa, passo necessário a um aprofundamento no estudo<br />
e na reflexão acerca do acolhimento institucional de bebês.<br />
o bebê humano nasce extremamente frágil, desprotegido e despreparado<br />
para enfrentar o mundo. Alguns autores chegam a descrever esse estado<br />
de desamparo afirmando que todos os bebês são prematuros, mesmo os<br />
nascidos a termo. Para sobreviver, ele depende de um adulto que lhe dê<br />
assistência, isto é, que o alimente, mantenha-o aquecido, faça sua higiene,<br />
mas que, sobretudo, propicie esses cuidados para além das necessidades<br />
orgânicas: um adulto que o introduza no universo das trocas afetivas. A radicalidade<br />
da importância dessas trocas reside na constituição de um corpo<br />
e de uma subjetividade que, desde o início, são atravessados pela relação<br />
do bebê com seus cuidadores. não é apenas a troca que está em jogo<br />
aqui, mas o estabelecimento das bases para tudo aquilo que virá depois.<br />
Ao longo do tempo, o bebê vai adquirindo e aprimorando suas habilidades<br />
motoras (sentar, engatinhar, andar), sua linguagem (aumenta e sofistica<br />
suas possibilidades de comunicação), seu pensamento e raciocínio e, com<br />
mais tempo ainda, conquista certa autonomia.