entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...
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os bebês, os educadores e a linguagem<br />
Vemos, portanto, que não há nada de natural no fato de um bebê vir<br />
um dia a falar. Para que fale, ou seja, para que faça parte da troca tipicamente<br />
humana na cultura, é necessário que antes tenha sido falado pelo<br />
adulto cuidador. diferentemente do adulto que fala de seu sofrimento e<br />
da criança que brinca de faz de conta, revelando por meio do brincar<br />
seus medos e conflitos, o bebê responde com seu corpo ao lugar onde<br />
está situado. o adulto cuidador lhe oferece significações, ao falar com<br />
ele e sobre ele, e, de sua parte, o bebê responde com suas produções<br />
corporais. 34<br />
como apontado em capítulos anteriores, no abrigo é o educador<br />
quem temporariamente exerce para os bebês a função de adulto cuidador.<br />
este precisará não só falar com o bebê, interpretá-lo como também<br />
referi-lo a uma série, ou seja, costurar um evento ocorrido ao bebê ao<br />
anterior e ao seguinte, a partir do que ele, na sua <strong>singular</strong>idade e com<br />
suas produções corporais, mostra. isso quer dizer, por exemplo, que<br />
“José deve estar chorando porque mamou pouco às três da tarde e agora<br />
já deve estar fome” e que “gabriela está sorrindo nesse instante, pois<br />
gosta quando fazemos cócegas em sua barriga”. do contrário, temos<br />
as respostas do agente da função materna sem se dirigirem ao sujeito<br />
bebê, mas se traduzindo em um cuidado anônimo, oferecido a partir<br />
de horários aleatórios, relacionado aos ritmos e disponibilidades institucionais.<br />
(infante, 2000)<br />
retomamos também a importância de se pensar em um educador-<br />
-referência para cada bebê, mas fazendo parte de uma equipe mais ampla<br />
representada pelos técnicos, funcionários, fórum responsável pelo<br />
caso, etc. se estamos falando de um trabalho diário de significação,<br />
34 trecho retirado do trabalho de monografia “A detecção de sinais de sofrimento do bebê em abrigo”,<br />
realizado por maria lacombe Pires, no curso de especialização “t<strong>eo</strong>ria Psicanalítica”, no cogeAe –<br />
PUc sP, que contou com a orientação da Profa. dra. Julieta Jerusalinsky e parecer da Profa. dra. silvana<br />
rabello.<br />
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