entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...
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os profissionais que atuam em instituições que atendem bebês, sejam<br />
elas de saúde ou educação (abrigos, escolas, creches, etc), constatam<br />
que há sempre uma polêmica em torno de oferecer ou não o colo a<br />
eles. os educadores que são novos nesses espaços são logo advertidos<br />
de que não devem pegar os bebês no colo, pois estes poderão acostumar-se<br />
e nem sempre o educador estará disponível para tal. o choro e o<br />
pedido de colo são também muitas vezes interpretados como “manha”<br />
por parte do bebê.<br />
É verdade que em um espaço <strong>coletivo</strong> nem sempre os educadores<br />
poderão oferecer o colo para o bebê, mas encontrarão outras formas de<br />
atender a essa demanda. Por outro lado, nem por isso a demanda de<br />
colo pelo bebê deixa de ser legítima, ou seja, este demanda algo que é<br />
bom para si, agradável, aconchegante e reassegurador, e essa demanda<br />
não deve ser tomada como “manha”; é importante que a necessidade<br />
seja reconhecida, nomeada e atendida, sempre que possível. isso exige<br />
que o educador encontre em sua rotina saídas criativas para conseguir<br />
atender à solicitação de um número grande de crianças ao mesmo<br />
tempo. Para tanto, o cuidador precisa ser sensível ao que cada criança<br />
gosta e como se sente melhor, como por exemplo, cantar uma música<br />
pela qual o bebê se interessa, contar-lhe uma história, oferecer objetos<br />
adequados à faixa etária. dessa forma, o bebê pode se aconchegar de<br />
outras maneiras, além do colo, e o educador consegue atender às demandas<br />
do cotidiano da instituição.<br />
Ao mesmo tempo, tanto para o bebê que é cuidado no âmbito familiar<br />
como para o que é acolhido em instituições, nem sempre haverá<br />
um adulto disponível para oferecer-lhe o colo, e isso é bom. como<br />
vimos no capítulo 2, por meio do brincar, o adulto cuidador oferece objetos<br />
e situações nas quais o bebê poderá se engajar para além do corpo<br />
do adulto, colocando em jogo a alternância <strong>entre</strong> presença e ausência e<br />
a descontinuidade <strong>entre</strong> o seu corpo e o do adulto cuidador.<br />
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