entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...
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quase como um “bordado” que deve ser produzido artesanalmente,<br />
com uma ação dependendo da outra, então quanto mais este for produzido<br />
por “um”, menos fragmentado ficará. Através das falas, das palavras,<br />
o mundo vai sendo costurado para o bebê, e, por isso, não é<br />
indiferente quantos e quem são esses cuidadores. A. Jerusalinsky (2007)<br />
aponta o risco de “despedaçamento” do bebê se muitos intervêm com<br />
olhares e pontos de vista diversos. nos abrigos, esse bordado poderia<br />
ser possível através da construção de mecanismos de comunicação <strong>entre</strong><br />
os diversos cuidadores e equipe técnica. A referência é uma pessoa,<br />
porém o bordado não deve ser tecido solitariamente: com os sentidos<br />
e intervenções compartilhados, será possível construir um corpo, um<br />
“eu” no bebê.<br />
A língua é transmitida quando o corpo da pessoa que fala é verdadeiramente<br />
afetado, ou seja, ao se surpreender, chatear-se, irritar-se, ou<br />
ficar alegre. É pela surpresa e alegria que comparecem na musicalidade<br />
da fala dirigida pelo adulto ao bebê e pelas diferentes entoações que<br />
acompanham as significações, desde que oferecidas a este na sua <strong>singular</strong>idade,<br />
que ele poderá encantar-se e, assim, enganchar-se no laço<br />
com o adulto cuidador para que, no futuro, possa sozinho narrar sua<br />
própria vida.<br />
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