entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...
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minada subjetividade. esse adulto cuidador irá recorrer a seu universo<br />
simbólico para oferecer a interpretação.<br />
A criança não aprende a falar como resultado do desenvolvimento<br />
de aspectos inatos que, conforme a passagem do tempo, lhe dão o estatuto<br />
de ser falante. há operações que precisam acontecer para a linguagem<br />
se estabelecer, e elas precisam advir do laço estabelecido com<br />
um outro. e já que não é inata nos humanos, a aquisição da linguagem<br />
só pode resultar do encontro do bebê com o adulto cuidador, que o<br />
enlaça à ordem simbólica. (Jerusalinsky, A. 2007). É nesse sentido que<br />
podemos afirmar que é a linguagem que adquire a criança.<br />
Para que possa falar um dia sobre si, o bebê terá primeiro que ser<br />
falado por um outro. e nesse ponto resgatamos as indagações de muitas<br />
pessoas acerca do que se fala com bebês e do porquê de lhes falar se<br />
eles não compreendem o que lhes é dito. Ao mesmo tempo em que<br />
essas questões comparecem ao se tratar de bebês, também é frequente<br />
um estranhamento quando nada se diz a estes:<br />
“detenhamo-nos um momento no que diz uma mãe a seu bebê:<br />
se uma mãe não lhe fala, pensamos que algo está mal; se o troca e<br />
o abriga e nunca diz nada a seu bebê, nós pensamos que algo não<br />
funciona bem.” ( Jerusalinsky, A., 2007, p. 53)<br />
não sendo o objeto pré-definido para o ser humano pelo instinto, a<br />
cada ação do bebê, o adulto cuidador supõe uma significação, falando<br />
com ele e também em seu lugar. Assim, o bebê sustenta-se nessas interpretações<br />
que lhe são atribuídas. na falta de instinto e por nascer prematuro,<br />
para sobreviver o bebê depende de um adulto que se disponha<br />
a interpretar, a significar e nomear seus atos reflexos e suas produções<br />
corporais. Por isso está submetido ao que o adulto cuidador lhe diz e lhe<br />
faz, não tendo ainda condições de falar por si, o que aponta para a radicalidade<br />
da alienação do sujeito ao desejo do agente da função materna.<br />
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