Anarquia Cotidiana - Portal Libertarianismo
Anarquia Cotidiana - Portal Libertarianismo
Anarquia Cotidiana - Portal Libertarianismo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Quando eu era uma criança na Inglaterra na década de 1970, foi contado repetidamente<br />
com orgulho pelos meus velhos sobre o uso corajoso da violência contra as potências do<br />
Eixo na Segunda Guerra Mundial. Ninguém tentou me dar a impressão de que os nazistas<br />
foram derrotados por uma negociação astuciosa e truques psicológicos. Os matadouros<br />
intermináveis das duas Guerras Mundiais não foram mantidos escondidos de mim, mas a<br />
violência foi sim elogiada como uma necessidade lamentável, mas moral.<br />
As crianças americanas são informados sobre os ataques nucleares em Hiroshima e<br />
Nagasaki – o abate e o envenenamento por radiação de centenas de milhares de civis<br />
japoneses não é mantido em segredo, não é contornado, ignorado ou reprimido na<br />
narração da história.<br />
Mesmo quando a guerra em questão era em si questionável, como a guerra do Vietnã,<br />
ninguém se esquiva da verdadeira natureza do conflito, que foi um assassinato genocida<br />
interminável.<br />
Eu não acredito em nenhum momento que todos esses genocídios e massacres eram<br />
moralmente justificáveis – ou mesmo praticamente obrigatórios – mas a minha opinião é<br />
certamente uma opinião minoritária, e já que a maioria acredita que estes assassinatos<br />
foram ambos moralmente justificados e praticamente necessários, eles se sentem<br />
totalmente confortáveis discutindo abertamente a violência que consideraram inevitável.<br />
No entanto, este não é o caso quando se fala em soluções estatistas para os problemas<br />
de caridade e saúde. Você poderia passar toda uma carreira acadêmica nesses campos,<br />
e ler infindáveis livros e artigos sobre o assunto, e nunca encontraria qualquer referência<br />
ao fato de que essas soluções são financiadas através da violência. Só para você poder<br />
entender como isso é realmente estranho, imagine passar 40 anos como um historiador<br />
profissional de guerra, e nenhuma vez cruzar com a ideia de que a guerra envolve<br />
violência. Não poderíamos considerar isso uma evasão notória de um fato bastante<br />
básico?<br />
Esta é uma comparação bastante volátil eu sei, mas vimos o mesmo fenômeno ocorrendo<br />
na Rússia Soviética. Quase nenhuma referência foi feita aos gulags na literatura oficial do<br />
estado, particularmente aquela literatura destinada a ser consumida no exterior. As<br />
dezenas de milhares de presos de campos de concentração não apareceram em nenhum<br />
lugar na narrativa geral ou acadêmica da União Soviética – quando o livro "Um Dia na<br />
<strong>Anarquia</strong> <strong>Cotidiana</strong> | <strong>Portal</strong> <strong>Libertarianismo</strong>: www.libertarianismo.org<br />
44