Anarquia Cotidiana - Portal Libertarianismo
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magicamente se tornam válidos quando a criança faz 18 anos e, a partir de então, criam<br />
obrigatoriedades para o adulto.<br />
Também é importante lembrar que não há fundamentalmente algo que seja "o estado".<br />
Quando você paga seus impostos, eles se destinam a uma entidade abstrata semi-<br />
corporativa, mas eles são usados por pessoas de carne e osso. Assim, a realidade do<br />
contrato social é que ele "rotaciona" entre líderes políticos eleitos, servidores públicos<br />
concursados, juízes nomeados, consultores, etc. Essa aglutinação caleidoscópica de<br />
pessoas que fazem uso de fato de seus impostos são aqueles com quem é feito o<br />
contrato social verdadeiramente. (Isso pode acontecer no livre mercado também, é claro -<br />
quando você toma um empréstimo para comprar uma casa, seu contrato é com o banco,<br />
não com o agente do empréstimo, e não o segue quando ele muda de emprego.)<br />
Porém, dizer que o mesmo homem pode receber uma obrigação de um contrato imposto<br />
unilateralmente representado por uma coalizão perpetuamente mutante de indivíduos,<br />
num sistema que foi estabelecido centenas de anos antes que ele tivesse sequer nascido,<br />
sem sua escolha - já que ele não escolheu onde nascer - ou aprovação atual explícita é<br />
uma afirmação patentemente absurda.<br />
Podemos geralmente aceitar como injusto qualquer padrão de justiça que desqualifique a<br />
si próprio. Quando vemos às compras, nós não chamamos de "promoção" quando os<br />
preços são aumentados em 30%. Nós não usaríamos um "cupom" que adicionasse um<br />
dólar ao preço do que quer que estivéssemos comprando - na verdade, nós nem<br />
chamaríamos isso de "cupom"!<br />
Se examinarmos o conceito do "contrato social", que é usado como justificativa<br />
fundamental para a existência do governo, é mais que razoável perguntar se o contrato<br />
social justificaria a aplicação do próprio contrato social! Ou seja, se o governo é<br />
moralmente justificado por conta da validade ética de um contrato implícito e unilateral, o<br />
governo então vai defender contratos implícitos e unlaterais? Se eu abrir uma<br />
concessionária de carros e automaticamente "vender" um carro a todos num raio de 10<br />
quadras, mandando então o boleto de pagamento do carro que eles "compraram" -<br />
mandando também o carro, e estendendo essa obrigação a seus filhos por toda a<br />
eternidade também - o governo protegeria esse "contrato"?<br />
Acho que todos sabemos a resposta a essa pergunta...<br />
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