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Dissertação MI Setembro 2011 - Cópia.pdf - RUN UNL

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Vidas Secas e Os Flagelados do Vento Leste: Veredas da seca e da fome<br />

escritores que formavam a vanguarda da literatura modernista: José Lins do Rego, Raquel Queiróz, Jorge<br />

Amado, Waldemar Cavalcanti. No ano de 1934 lança a obra São Bernardo e em 1936, Angústia, que é<br />

considerado o romance tecnicamente mais complexo de Graciliano Ramos, no qual o autor retrata a<br />

cidade de Maceió daquela época, sendo agraciado com o prémio "Lima Barreto", atribuído pela Revista<br />

Acadêmica.<br />

Num período em que o país estava sob a ditadura de Vargas e do poderoso coronel Filinto<br />

Müller, é perseguido pelas suas ideias políticas consideradas subversivas e demitido do cargo público,<br />

sofrendo prisão e processo em 1936 por ligação ao Partido Comunista, embora sem provas de acusação.<br />

Memórias do Cárcere será a obra - testemunho desta experiência de humilhação e sofrimento, tendo<br />

começado a ser escrita dez anos mais tarde.<br />

Depois de ser libertado da prisão, onde permaneceu um ano, Graciliano passou a morar no Rio<br />

de Janeiro, exercitando intensa actividade jornalística e literária. Em Maio de 1937 a Revista Acadêmica<br />

dedica-lhe uma edição especial, com treze artigos e nesse mesmo ano recebe o prémio "Literatura<br />

Infantil", do Ministério da Educação, com A terra dos meninos pelados.<br />

Em 1938 publica o livro que se tornaria a sua obra-prima: Vidas Secas, o seu quarto e último<br />

romance e, no ano seguinte, assume o cargo de Inspector Federal do Ensino Secundário. Nesta época,<br />

frequenta assiduamente a sede da revista Diretrizes, com Álvaro Moreira, Joel Silveira, José Lins do Rego<br />

e outros "conhecidos comunistas e elementos de esquerda", conforme consta da sua ficha na polícia<br />

política. Publica uma série de crónicas sob o título "Quadros e Costumes do Nordeste" na revista Política,<br />

do Rio de Janeiro. Em 1942 ganha o prémio ―Filipe de Oliveira‖ pelo conjunto da sua obra, por ocasião<br />

da comemoração dos seus 50 anos. O romance Brandão entre o mar e o amor, escrito em parceria com Jorge<br />

Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz é publicado pela Livraria Martins, S.<br />

Paulo, e em 1944 publica o livro de literatura infantil Histórias de Alexandre. Nesse mesmo ano, Angústia é<br />

publicado no Uruguai. Com a restauração democrática de 1945, adere oficialmente ao Partido Comunista<br />

Brasileiro, ano em que são lançados Dois dedos e o livro de memórias Infância. Seis anos depois é eleito<br />

presidente da Associação Brasileira de Escritores, sendo convidado em 1952 para uma viagem à URSS,<br />

da qual resulta o livro Viagem, publicado postumamente. A passagem dos seus sessenta anos é lembrada<br />

em sessão solene no salão nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, presidida por Peregrino Júnior,<br />

da Academia Brasileira de Letras. Sobre a sua obra e personalidade falaram Jorge Amado, Peregrino<br />

Júnior, Miécio Tati, Heraldo Bruno, José Lins do Rego e outros. Em seu nome, falou a filha, Clara<br />

Ramos.<br />

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