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Dissertação MI Setembro 2011 - Cópia.pdf - RUN UNL

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Vidas Secas e Os Flagelados do Vento Leste: Veredas da seca e da fome<br />

3 OS FLAGELADOS DO VENTO LESTE<br />

3.1 Notas sobre a vida e obra de Manuel Lopes<br />

Manuel Lopes nasce a 23 de Dezembro de 1907 na localidade de Campinho, ilha de S. Nicolau,<br />

Cabo Verde, cumprindo um desejo de sua mãe, embora tivesse sido registado e baptizado no Mindelo, S.<br />

Vicente, onde frequentou a escola primária e o Liceu Nacional Infante D. Henrique.<br />

Após a morte do pai, com treze anos, parte para Coimbra acompanhado pela madrasta, tia do<br />

poeta Sérgio Frusoni, e pelos irmãos. Frequenta as aulas do Colégio de S. Pedro e depois a Escola<br />

Comercial; mas o seu verdadeiro interesse começa a ser a leitura dos clássicos na Biblioteca Pública onde<br />

passa largas horas. Esta estadia nunca foi do seu agrado, pois queria permanecer no Mindelo para onde<br />

regressa em 1923, com dezasseis anos de idade. Aí se emprega numa companhia britânica de<br />

telecomunicações e frequenta, como aluno externo, o liceu da cidade. Continua a interessar-se pela<br />

literatura assinando revistas especializadas, entre elas, o Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro, onde<br />

colaborou com textos em poesia e em prosa.<br />

Em 1931 começa a colaborar na imprensa cabo-verdiana, assinando uma crónica intitulada<br />

―Parêntesis‖, no Notícias de Cabo Verde, na qual desenvolve temas ligados à terra e suas gentes,<br />

nomeadamente crónicas sobre Eugénio Tavares, outras sobre a mocidade cabo-verdiana, apelando à<br />

inscrição, e ainda Paúl, uma monografia descritiva desta localidade santantonense que resultou num<br />

primeiro livro, em prosa, publicado no Mindelo em 1932. Neste período publica o artigo ―Indiferença‖<br />

no Ressurgimento de Ponta do Sol (Santo Antão) na mesma linha de exortação à acção de ―A Mocidade<br />

Caboverdiana‖ e vê publicados dois poemas seus, ―Libertação‖ e ―Ego‖, no Suplemento literário do<br />

Diário de Lisboa.<br />

Na revista Claridade de que foi co-fundador (cf. capítulo 1) várias são as publicações de Manuel<br />

Lopes, nomeadamente: o poema ―Ecran‖, e o artigo ―Tomada de Vista‖ no primeiro número, ― Galo<br />

Cantou na Baía‖ no segundo, ―Poema de quem ficou‖ e nova página de ―Tomadas de Vista‖, no terceiro<br />

(1937).<br />

Em Janeiro de 1939, Manuel Lopes contrai matrimónio com uma jovem mindelense: Eugénia de<br />

Castro Duarte. Desempregado devido ao encerramento da empresa italiana (Italcable) como<br />

consequência da Segunda Grande Guerra, passa a residir na sua casa na Ribeira das Patas em Santo<br />

Antão onde permanecerá quatro anos. A paisagem humana e natural desta região marcará<br />

profundamente a ambiência de grande parte da sua escrita, destacando-se a obra em apreço Os Flagelados<br />

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