Dissertação M. Fátima Leitão.pdf - Universidade Aberta
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Relações Interpessoais numa escola básica integrada do concelho de Oeiras. O posicionamento dos alunos<br />
Introdução<br />
fenómenos interactivos observáveis no grupo e aos mecanismos psicológicos que os<br />
mantêm (aspectos socio-afectivos das interacções) e ao estudo da interacção educativa<br />
enquanto interacção finalizada pelos seus objectivos (aspectos cognitivos).<br />
É neste cenário que as perspectivas interaccionistas vêm responder à necessidade<br />
de uma orientação teórica para a compreensão da complexidade da comunicação na sala<br />
de aula, tentando estudar as relações entre professores e alunos e a forma como estes<br />
negoceiam um mundo partilhado e como actuam sobre ele. A comunicação é vista como<br />
o meio fundamental para a compreensão das relações e das interacções do indivíduo na<br />
sociedade, estando estas interacções sujeitas à influência de um conjunto de factores,<br />
que lhes determinam, ou pelo menos influenciam, a condução dos processos<br />
comunicacionais. Comunicar torna-se, assim, uma arte de bem gerir mensagens,<br />
enviadas e recebidas, nos processos interaccionais, estando na origem, muitas vezes, do<br />
sucesso ou insucesso dos alunos e de situações de conflito.<br />
1.2-Formulação do problema e objectivos científicos da investigação<br />
A escola é um espaço de interacção com normas e códigos específicos, onde os<br />
alunos aprendem a interpretar a realidade com base nas suas próprias representações<br />
para assim poderem participar na sociedade. Os alunos como seres sociais que são,<br />
vivem em constante interacção entre eles e com o meio em que se movimentam. De<br />
acordo com Vygotski (1998) essa relação é dialéctica no sentido em que o meio afecta o<br />
indivíduo, provocando mudanças que serão reflectidas novamente no meio. Estas<br />
interacções produtoras de mudança não operam num vazio social, elas são o reflexo de<br />
uma dada sociedade, e contribuem “para determinar as expectativas dos diferentes<br />
actores, as concepções que eles têm dos seus papéis, as suas representações e o seu<br />
funcionamento no seio do sistema.” (Gilly, M., 1990:474)<br />
Etimologicamente, a palavra interacção significa acção recíproca, estando esta<br />
noção presente na definição dada por J. Maisonneuve (1968) 4 quando este refere que “ a<br />
interacção acontece sempre que uma unidade de acção produzida pelo sujeito A actua<br />
no sujeito B e vice-versa “. G. de Montmollin diz que é a reciprocidade que vai dar às<br />
condutas dos outros o carácter de interacção. Erving Goffman introduz a noção de<br />
4 Citado por, Marc. e Picard ( s/d:8 ).<br />
Maria de <strong>Fátima</strong> <strong>Leitão</strong> 4