Dissertação M. Fátima Leitão.pdf - Universidade Aberta
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1. Introdução<br />
Relações Interpessoais numa escola básica integrada do concelho de Oeiras. O posicionamento dos alunos<br />
Cap.III: Socioconstrutivismo: Uma abordagem para o estudo das relações interpessoais<br />
A grande referência do socioconstrutivismo é o psicólogo Lev Semionovich<br />
Vygotski. (1896-1934). Para Vygotski., a natureza humana só pode ser entendida<br />
quando se leva em conta o desenvolvimento sociocultural dos indivíduos. Nenhum<br />
indivíduo cresce fora de um ambiente cultural. Desde o nascimento, o bebé passa a<br />
integrar uma comunidade marcada por hábitos, gestos, linguagens e tradições<br />
específicas, que orientam o sentido do desenvolvimento infantil.<br />
Para os socioconstrutivistas o papel da linguagem é fundamental. Mais do que<br />
um simples auxiliar do pensamento, ela é uma poderosa "ferramenta cultural", capaz de<br />
modificar os rumos do desenvolvimento da criança. O processo de aquisição de todos<br />
esses instrumentos é essencialmente dependente das interacções das crianças com os<br />
outros, especialmente com os adultos que utilizam e dominam as diferentes linguagens<br />
simbólicas e servem de mediadores entre a criança e a cultura.<br />
Neste sentido, iremos clarificar os conceitos e os fundamentos ligados à teoria<br />
sociocultural, tendo por base as concepções de Vygotski sobre a origem social e<br />
histórica dos processos mentais e o papel do mediador socioconstrutivista na construção<br />
e interpretação das interacções sociais.<br />
2. A perspectiva sociocultural<br />
Na área da Psicologia, encontramos duas perspectivas ligadas às teorias da<br />
aprendizagem: as behaviouristas e as cognitivistas. Da perspectiva cognitivista,<br />
salientamos duas correntes: a psico-social que teve como origem o trabalho de Piaget, e<br />
a sociocultural que teve por base o pensamento de Vygotski.<br />
Foram as ideias de Vygotski de Piaget que mais contribuíram para definir o<br />
modo como a criança pensa e aprende. Segundo Lourenço (2005) são muitas as<br />
semelhanças entre os dois autores: partilham uma perspectiva genética, o<br />
desenvolvimento dos fenómenos psicológicos decorrem de uma abordagem dialéctica<br />
(assimilação/acomodação e interiorização/exteriorização); consideram que os<br />
comportamentos não expressam na totalidade os aspectos psicológicos, como o da<br />
inteligência, dando primazia aos processos; o sujeito e o contexto são realidades<br />
Maria de <strong>Fátima</strong> <strong>Leitão</strong> 24