Dissertação M. Fátima Leitão.pdf - Universidade Aberta
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Relações Interpessoais numa escola básica integrada do concelho de Oeiras. O posicionamento dos alunos<br />
Cap.II: Relações interpessoais<br />
(com o reconhecimento de que diferentes situações criam controvérsias sociais<br />
diferenciadas)<br />
A dimensão cultural destaca o papel fundamental das normas, valores e regras<br />
das diferentes culturas e o seu impacto sobre o desempenho social. As dimensões do<br />
desempenho social, preconizadas pela área do desenvolvimento de Competências<br />
Sociais, podem ser aplicadas às relações professor-aluno na análise da multiplicidade de<br />
variáveis que caracterizam a complexidade desta relação.<br />
Assim, a dimensão pessoal implicaria considerar as variáveis individuais de<br />
professores e alunos, como crenças, competências, valores, sentimentos e motivações<br />
desses interlocutores. A dimensão situacional levaria à análise das condições físicas e<br />
humanas da escola, do projecto pedagógico, da dinâmica organizacional e autonomia do<br />
professor, entre outros aspectos. A dimensão cultural implicaria examinar todos esses<br />
aspectos à luz da filosofia da educação, da política educacional e do papel que a<br />
educação e a escola assumem no contexto sócio-histórico.<br />
A visão integrada destas três dimensões representa um notável avanço em<br />
direcção a uma perspectiva sistémica de compreensão do processo de ensino-<br />
aprendizagem, no que se refere à sua base nas relações professor-aluno. A abordagem<br />
sistémica funda-se na ideia de que um sistema é formado por vários subsistemas que<br />
funcionam numa relação de reciprocidade entre si e o seu todo. As relações<br />
interpessoais são assim analisadas tendo em atenção que o indivíduo funciona e interage<br />
em subsistemas diferenciados do micro para o macro: família, escola, bairro,<br />
sociedade... e nessa interacção a realidade pode ser objectiva, mas a forma de a<br />
percepcionar é subjectiva e variável de indivíduo para indivíduo (Del Prette & Del<br />
Prette, 1999),<br />
Deste modo, os programas de THS 24 passaram a procurar que cada um<br />
compreendesse o seu comportamento num contexto multifactorial e não dicotómico. O<br />
funcionamento social é concebido numa relação de reciprocidade em que as alterações<br />
num subsistema vão permitir feedback ao próprio e gerar alterações no outro subsistema<br />
procurando sempre o equilíbrio de ambos.<br />
24 Termo utilizado por Del Prette & Del Prette para designar Treinamento de Habilidades Sociais, que<br />
substituímos por Desenvolvimento de Competências Sociais.<br />
Maria de <strong>Fátima</strong> <strong>Leitão</strong> 20