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Imagens e Simbolos - Luiz Fernando

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Testamentos 3 . Os autores modernos inclinam-se para este exemplo: em<br />

vez de recolocar o simbolismo cristão no quadro do simbolismo «geral»,<br />

universalmente confirmado pelas religiões do mundo não cristão, eles<br />

persistem em relacioná-lo unicamente com o Antigo Testamento.<br />

Segundo estes autores, não seria o sentido geral e imediato do símbolo<br />

que dispararia no simbolismo cristão mas sim a sua valorização bíblica.<br />

A atitude explica-se perfeitamente. O progresso dos estudos bíblicos<br />

e tipológicos ao longo do último quarto de século, denota uma reacção<br />

contra a tendência para explicar o cristianismo pelos mistérios e gnoses<br />

sincretistas, uma reacção igualmente contra o «confusionismo» de certas<br />

escolas comparatistas. A liturgia e a simbólica cristãs ligam-se<br />

diretamente ao judaismo. O cristianismo é uma religião histórica, com<br />

raízes profundas noutra religião histórica: a dos Judeus. Por conseguinte,<br />

para explicar, ou melhor, compreender certos sacramentos ou certos<br />

simbolismos, basta procurar as suas «figuras» no Antigo Testamento. Na<br />

3 Recordemos o sentido e o fundamento da tipologia. «O seu ponto de partida<br />

encontra-se no próprio Antigo Testamento. De fato, os Profetas anunciaram ao<br />

povo de Israel, no seu cativeiro, que Deus realizaria para ele, no futuro, obras<br />

semelhantes, e maiores ainda, às que tinha executado no passado. Assim haverá<br />

um novo dilúvio que aniquilará o mundo pecador e onde uma parte será<br />

reservada para inaugurar uma nova humanidade; haverá novo Êxodo em que<br />

Deus, pelo seu poder, libertará a humanidade cativa dos ídolos; haverá um novo<br />

Paraíso onde Deus introduzirá o seu povo libertado. Isto constitui uma primeira<br />

tipologia a que pode chamar-se escatológica, pois estes acontecimentos<br />

vindouros são para os profetas os do fim dos tempos. Portanto o Novo<br />

Testamento não inventou a tipologia. Apenas mostrou que ela estava realizada<br />

em Jesus de Nazaré. Efetivamente, com Jesus os acontecimentos do fim, da<br />

plenitude dos tempos, cumpriram-se. Ele é o novo Adão eom o qual chegaram<br />

os tempos do Paraíso futuro. Nele está já realizada a destruição do mundo<br />

pecador prefigurado pelo dilúvio. Nele está realizado o Êxodo verdadeiro, que<br />

liberta o povo de Deus da tirania do demónio. A exortação apostólica utilizou a<br />

tipologia como argumento para estabelecer a verdade da sua mensagem,<br />

mostrando que Cristo continua e ultrapassa o Antigo Testamento: «Estas coisas<br />

aconteceram em figura (typikôs) e foram escritas para nossa instrução» (t Cor.,<br />

X, 11). É aquilo a que S. Paulo chama consolatio Scripturarum.» (J. Daniélou,<br />

Bible et Liturgie, pp. 9-10).

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