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VJ FEV 2010.p65 - Visão Judaica

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primeiro-ministro<br />

italiano Silvio Berlusconi,<br />

afirmou em<br />

Jerusalém, ao ser recebido<br />

por seu homólogo<br />

israelense, Benyamin<br />

Netanyahu, que um de seus<br />

“sonhos” é que Israel possa um dia<br />

ingressar na União Europeia (UE).<br />

“Temos orgulho de sermos nós,<br />

junto à cultura judaico-cristã, as bases<br />

da civilidade europeia”, continuou<br />

Berlusconi, destacando que<br />

sua viagem teve o objetivo de “testemunhar<br />

a amizade, proximidade<br />

e a vontade de colaboração” de<br />

dois “povos vizinhos”.<br />

O chefe de Governo italiano<br />

também falou sobre a existência de<br />

Israel, que ainda hoje é “posta em<br />

questionamento”. “Nós iremos nos<br />

opor, junto à comunidade internacional,<br />

para que isto nunca aconteça”,<br />

destacou o premiê, desejando<br />

ao Estado “um futuro de prosperidade<br />

e bem-estar e, principalmente,<br />

paz para o povo”.<br />

Berlusconi foi recepcionado no<br />

aeroporto de Tel Aviv, e depois recebido<br />

em uma cerimônia oficial em<br />

Jerusalém, dando início à sua visita<br />

a Israel de três dias.<br />

Após a cerimônia de boas-vindas,<br />

Berlusconi cumpriu uma agenda<br />

com visita ao Memorial do Holocausto<br />

Yad Vashem. No dia seguinte,<br />

houve uma reunião conjunta<br />

entre os gabinetes israelense e<br />

italiano. Além de Netanyahu, participaram<br />

do encontro o presidente<br />

de Israel, Shimon Peres, e o chanceler<br />

Avigdor Liberman, e outras<br />

autoridades.<br />

No terceiro dia de viagem (3/2),<br />

Berlusconi fez um discurso no<br />

Knesset (Parlamento local), e inaugurou<br />

uma mostra de obras do artista<br />

italiano Leonardo da Vinci<br />

(1452-1519).<br />

No mesmo dia, o premiê foi a<br />

Belém, na Cisjordânia, onde se reuniu<br />

com o presidente da Autoridade<br />

Palestina (AP), Mahmoud Abbas,<br />

e visitou a Basílica da Natividade.<br />

Depois disso, Berlusconi voltou<br />

a Roma.<br />

Defesa Defesa da da P PPalestina<br />

P Palestina<br />

alestina e e das das ações<br />

ações<br />

em em em Gaza Gaza<br />

Gaza<br />

Silvio Berlusconi discursou no<br />

Knesset, onde defendeu a existência<br />

de um Estado palestino, ao mesmo<br />

tempo em que afirmou que as ações<br />

militares israelenses na Faixa de Gaza<br />

no início de 2009 foram justas.<br />

O primeiro-ministro afirmou<br />

que a atuação de seu país no Oriente<br />

Médio “foi sempre endereçada à<br />

solução que prevê dois Estados, o<br />

judeu de Israel e o palestino, que vivam<br />

em paz e em segurança um ao<br />

lado do outro”. Admitiu, porém, que<br />

a medida não é unanimidade na comunidade<br />

internacional ou entre os<br />

dois povos implicados.<br />

Ele lembrou ainda dos conflitos<br />

ocorridos na Faixa de Gaza entre<br />

dezembro de 2008 e janeiro de<br />

2009, durante a maior ofensiva israelense<br />

no local desde 1967.<br />

Berlusconi recordou que a Itália<br />

se opôs ao relatório Goldstone<br />

— elaborado pelo juiz Richard Goldstone<br />

e aprovado na Assembleia<br />

Geral da Organização das Nações<br />

Unidas em novembro —, que acusa<br />

Israel de ter cometido crimes de<br />

guerra durante os conflitos.<br />

Segundo o premiê, o país judeu<br />

teve “uma justa reação” aos mísseis<br />

lançados pelo Hamas a partir<br />

da Faixa de Gaza. Além disso, lembrou<br />

que a nação esteve sempre<br />

sob o ataque da “onda terrorista da<br />

segunda intifada”.<br />

“Hoje, a segurança de Israel nos<br />

seus limites e seu direito de existir<br />

como Estado são para nós uma escolha<br />

ética e um imperativo moral<br />

contra qualquer retorno do antissemitismo<br />

e do negacionismo contra<br />

a perda de memória do Ocidente”,<br />

declarou, lembrando que a Itália<br />

também se “maculou com a infâmia<br />

das leis raciais” na década de 1930.<br />

O primeiro-ministro afirmou<br />

que seu país combaterá junto aos<br />

israelenses qualquer possível ressurgimento<br />

do ódio aos judeus na<br />

Europa e no mundo e se preocupará<br />

em “tornar inseparável” as batalhas<br />

pela existência e segurança<br />

do Estado de Israel e pela paz.<br />

Sobre os conflitos no Oriente<br />

Médio, o chefe de Governo italiano<br />

afirmou que espera um “avanço”<br />

nas conversas e fez um apelo<br />

ao presidente da Autoridade Nacional<br />

Palestina (ANP) Mahmoud Abbas<br />

para que “retorne à mesa de<br />

negociação e entregue à história<br />

um acordo pela paz e o desenvolvimento<br />

econômico de seu povo”.<br />

Berlusconi também comentou<br />

as ameaças terroristas vindas à<br />

tona com os ataques ao World Trade<br />

Center em 11 de setembro de<br />

2001 e afirmou que os italianos<br />

souberam desde o primeiro momento<br />

“que o desafio” se referia<br />

não somente a Estados Unidos e<br />

Israel, “mas contra todos os países<br />

democráticos do Ocidente e contra<br />

os próprios países árabes moderados”.<br />

Lembrando a presença italiana<br />

no Iraque, Afeganistão, Bósnia<br />

e Líbia, ele afirmou que sua nação<br />

“contribuiu para fazer o mundo<br />

mais seguro e justo”.<br />

Críticas Críticas ao ao ao programa programa nuclear nuclear do do Irã<br />

Irã<br />

Em referência ao Irã, ele declarou<br />

que é preciso tomar medidas<br />

concretas contra o programa<br />

nuclear patrocinado pelo presidente<br />

Mahmoud Ahmadinejad e voltou<br />

a falar em “sanções eficazes”.<br />

“Em uma situação que pode<br />

abrir a perspectiva de novas catástrofes,<br />

toda a comunidade internacional<br />

deve se decidir para estabelecer,<br />

com palavras claras, universais<br />

e unânimes, que não é aceitável<br />

o armamento atômico à disposição<br />

de um Estado cujos líderes<br />

proclamaram ‘abertamente’ a vontade<br />

de destruir Israel e negaram o<br />

Holocausto e a legitimidade do seu<br />

Estado”, completou.<br />

Ele qualificou o presidente iraniano,<br />

Mahmoud Ahmadinejad, de<br />

um “homem nefasto”, além de pedir<br />

“fortes sanções” contra o Irã.<br />

“O problema da segurança é<br />

fundamental para Israel. Agora ainda<br />

mais, porque há um Estado que<br />

prepara uma bomba atômica para<br />

usá-la contra alguém. Um Estado<br />

com um líder que nos recorda personagens<br />

nefastos do passado”, disse<br />

Berlusconi, após firmar em Jerusalém<br />

diversos acordos bilaterais.<br />

O primeiro-ministro disse que o<br />

país judeu é o maior modelo de democracia<br />

e liberdade no Oriente Médio,<br />

“senão o único”. “Um exemplo<br />

que tem raízes profundas na Bíblia<br />

e nos ideais sionistas”, acrescentou,<br />

reafirmando sua vontade de que a<br />

nação passe a fazer parte da UE por<br />

ser “em tudo semelhante às democracias<br />

europeias”.<br />

Ao ouvir as palavras de Berlusconi,<br />

o premiê Benyamin Netanyahu<br />

afirmou que a Itália tornou-se<br />

um país de ponta contra “o<br />

antissemitismo e o negacionismo”<br />

e classificou o italiano como um “líder<br />

corajoso”. “Israel tem um grande<br />

amigo na Europa”, acrescentou,<br />

dizendo que o primeiro-ministro<br />

“conquistou corações”. “Nossa aspiração<br />

nestes dias é renovar o processo<br />

de paz com o resto de nossos<br />

vizinhos e sei bem que ele e o<br />

VISÃO JUDAICA fevereiro de 2010 Adar 5770<br />

Berlusconi defende Israel e diz que sonha<br />

vê-lo entrar na União Europeia<br />

Berlusconi é recebido em Jerusalém por Netanyahu<br />

povo italiano dividem este desejo”,<br />

explicou.<br />

Esta foi a primeira vez que um<br />

primeiro-ministro italiano discursou<br />

no Knesset. “Estou honrado,<br />

meu país está honrado de estar aqui<br />

e falar neste parlamento, que é o<br />

próprio símbolo da democracia.<br />

Comovido agradeço”, escreveu Berlusconi<br />

no livro de visitas da Casa.<br />

Em coletiva de imprensa, após<br />

reunião com o gabinete israelense,<br />

Berlusconi reiterou o pedido de seu<br />

país à comunidade internacional<br />

por “fortes sanções” contra o Irã.<br />

“É nosso dever sustentar e ajudar<br />

a oposição no Irã”, pontualizou.<br />

Antes, ainda em relação ao regime<br />

iraniano, o ministro das Relações<br />

Exteriores da Itália, Franco Frattini,<br />

que acompanhou Berlusconi na<br />

viagem, declarou que o governo<br />

italiano “fará a sua parte”. Uma das<br />

ações anunciada por Frattini foi a<br />

paralisação dos investimentos italianos<br />

no Irã. De acordo com o<br />

chanceler, os investimentos nesse<br />

país não serão mais financiados<br />

pela Sace [grupo de gestão de crédito<br />

italiano]. “E este é um forte desestimulante,<br />

pois quem irá querer<br />

se arriscar?”, questionou.<br />

Frattini reforçou ainda que a Itália<br />

“não tem segredos com nossos<br />

amigos israelenses, e daremos a<br />

eles todos os dados das trocas realizadas<br />

com o Irã”.<br />

Inimigo declarado de Israel, o<br />

governo iraniano mantém em andamento<br />

seu programa de desenvolvimento<br />

de urânio, com forte<br />

repúdio da comunidade<br />

internacional. Por diversas vezes,<br />

Ahmadinejad disse que o Estado<br />

judeu deveria “ser apagado do<br />

mapa” e considerou que o Holocausto<br />

– que assassinou 6 milhões<br />

de judeus - é um “mito”.<br />

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