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Capítulo 6 - Uma Igreja de presença e sinal do Reino - Arquidiocese ...

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Assim que os irmãos assumiram o colégio, seu diretor, padre Cleto Altoé, retornou a Jaciguá (ES), pró-<br />

ximo <strong>de</strong> Cachoeiro <strong>de</strong> Itapemirim, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> viera para Jacarezinho, antes da criação da diocese <strong>de</strong> Maringá. A<br />

escola técnica <strong>de</strong> comércio permaneceu ainda sob direção da diocese, ten<strong>do</strong> como diretor o bispo e continuan<strong>do</strong>,<br />

como curso noturno, a funcionar no mesmo prédio, agora transforma<strong>do</strong> em Colégio Marista. 4<br />

A <strong>presença</strong> <strong>do</strong>s irmãos maristas foi <strong>de</strong>cisiva para a abertura da PUC-PR câmpus <strong>de</strong> Maringá. Ao recebêlos<br />

aqui, no início <strong>de</strong> 1958, nem em sonho <strong>do</strong>m Jaime po<strong>de</strong>ria prever que estava, naquele instante, lançan<strong>do</strong><br />

em solo maringaense a semente inicial da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná.<br />

Além <strong>do</strong> colégio e da PUC-PR, os irmãos estabeleceram parceria com o Núcleo Social Papa XXIII,<br />

responsabilizan<strong>do</strong>-se por um Centro Social Marista para crianças e a<strong>do</strong>lescentes, para suas famílias e comunida<strong>de</strong>,<br />

segun<strong>do</strong> o espírito <strong>do</strong> funda<strong>do</strong>r São Marcelino Champagnat.<br />

Em relação à Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá, a participação <strong>do</strong> bispo foi mais clara e direta. Ao<br />

tempo <strong>de</strong> sua posse, para as autorida<strong>de</strong>s estaduais Maringá representava pouco mais que um celeiro <strong>de</strong> votos,<br />

perdi<strong>do</strong> no meio <strong>do</strong> mato, distante da capital para on<strong>de</strong> se voltava quase exclusiva a atenção <strong>do</strong>s governantes.<br />

O <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> estadual maringaense Néo Alves Martins procurou junto ao bispo o apoio que julgava importante<br />

para a criação <strong>de</strong> um curso superior, o primeiro que se instalaria na cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> só havia ensino até o nível<br />

médio. No relatório referente ao ano <strong>de</strong> 1959, envia<strong>do</strong> à nunciatura apostólica com data <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1960, <strong>do</strong>m Jaime escreveu que “por motivos políticos <strong>de</strong>sejava um <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> local criar uma Faculda<strong>de</strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras” (COELHO, Maringá, 1961, f. 2). Com olhar posto no futuro, que<br />

projetava a cida<strong>de</strong> como pólo comercial <strong>de</strong> vasta região, o bispo inclinava-se bem mais para a abertura <strong>de</strong><br />

uma Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Econômicas em cuja implantação <strong>de</strong>cidiu investir to<strong>do</strong> o seu prestígio. Sua opção<br />

acabou por triunfar: a lei estadual nº 4070, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1959, criou a FECEM − Faculda<strong>de</strong> Estadual<br />

<strong>de</strong> Ciências Econômicas <strong>de</strong> Maringá. Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> feito pelo governa<strong>do</strong>r Moysés Lupion, <strong>do</strong>m Jaime<br />

aceitou o cargo <strong>de</strong> primeiro diretor, para o qual foi nomea<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>creto governamental nº 25.606, <strong>de</strong> 21<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1959. Teve a seu la<strong>do</strong> o professor Geral<strong>do</strong> Altoé, <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> secretário. A 15 <strong>de</strong> outubro <strong>do</strong><br />

mesmo ano, no gabinete <strong>do</strong> secretário estadual da Educação Nivon Weigert, em Curitiba, tomou posse <strong>do</strong><br />

cargo. Os meses seguintes foram gastos nas providências necessárias à instalação <strong>do</strong>s cursos. O reconhecimento<br />

da escola pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral veio pelo <strong>de</strong>creto nº 48.431, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1960. No dia<br />

20 <strong>de</strong> setembro <strong>do</strong> mesmo ano aconteceu a instalação oficial seguida <strong>de</strong> provas classificatórias e matrículas<br />

<strong>de</strong> alunos para o ano letivo <strong>de</strong> 1961. A faculda<strong>de</strong> começou por funcionar no prédio <strong>do</strong> Colégio Marista, à<br />

época na Avenida Tira<strong>de</strong>ntes, mudan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>pois para o pavimento superior <strong>do</strong> atual Instituto Estadual <strong>de</strong><br />

Educação, <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, por fim, se transferiu ao atual câmpus da UEM. Por exigência da Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />

da Educação, o diretor <strong>de</strong>via também ministrar aulas, motivo que levou o bispo a introduzir no currículo a<br />

ca<strong>de</strong>ira, antes inexistente, <strong>de</strong> Ética e Sociologia, da qual se tornou professor. Era sua preocupação assegurar<br />

à primeira escola <strong>de</strong> nível superior em Maringá uma orientação cristã. O primeiro curso, ofereci<strong>do</strong> em 1961,<br />

foi o <strong>de</strong> Economia, que entre 1961 e 1963 matriculou um total <strong>de</strong> 89 alunos. No dia 14 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1965<br />

houve a solene colação <strong>de</strong> grau da primeira turma, graduada no final <strong>do</strong> ano letivo <strong>de</strong> 1964. Quatro anos mais<br />

tar<strong>de</strong>, tinha início o processo da criação oficial da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá.<br />

Dom Jaime foi diretor da FECEM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua criação até 1962, quan<strong>do</strong>, pela portaria 5.369/62, passou<br />

o cargo a <strong>do</strong>utor Zeferino Mozatto Krukowski. Por conta <strong>de</strong> impreteríveis encargos, que o forçavam a prolonga<strong>do</strong>s<br />

afastamentos da cida<strong>de</strong> − visitas pastorais a todas as paróquias e, particularmente, <strong>presença</strong> exigida<br />

4 A CMNP construiu o Colégio Maringá (chama<strong>do</strong> Ginásio Maringá na época da transferência à diocese <strong>de</strong> Jacarezinho), tornan<strong>do</strong>-se<br />

cre<strong>do</strong>ra da importância <strong>de</strong>spendida na construção. É o prédio <strong>de</strong> pavimento único, com 50m <strong>de</strong> fachada, ainda em uso na<br />

Avenida Tira<strong>de</strong>ntes, nº 963, na esquina com a Rua Marcelino Champagnat. Não ten<strong>do</strong> salda<strong>do</strong> inteiramente o débito, o professor<br />

Anthero ven<strong>de</strong>u a escola, passan<strong>do</strong> o compromisso à Mitra Diocesana <strong>de</strong> Jacarezinho. Com a criação da diocese <strong>de</strong> Maringá, em<br />

1956, a ela foi transferida a dívida restante que, por sua vez, os irmãos maristas, estabeleci<strong>do</strong>s em Maringá, assumiram e quitaram<br />

junto à Companhia.<br />

185<br />

Os 50 anos da Diocese <strong>de</strong> Maringá

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