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Capítulo 6 - Uma Igreja de presença e sinal do Reino - Arquidiocese ...

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212<br />

A <strong>Igreja</strong> que brotou da mata<br />

Nos dias 22 e 23 <strong>de</strong> julho, no CEPA – Centro <strong>de</strong> Pastoral da <strong>Arquidiocese</strong>, em Maringá, a ARAS, da<br />

Comissão <strong>de</strong> Serviço arquidiocesana, promoveu a 1ª Conferência Arquidiocesana para Ações Sociais com o<br />

objetivo <strong>de</strong> estudar inclusão social, Doutrina Social da <strong>Igreja</strong>, políticas públicas e experiências institucionais.<br />

A <strong>Igreja</strong> presente em Maringá manifesta assim seu engajamento com a sorte daqueles para quem se<br />

sente enviada. Comprova sua convicção <strong>de</strong> que o Evangelho se prega também através <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong><br />

aos irmãos.<br />

As obras acima relacionadas, convém repetir, estão longe <strong>de</strong> esgotar a ação da <strong>Igreja</strong> arquidiocesana<br />

nessa área. É difícil encontrar uma só paróquia, um instituto religioso masculino ou feminino, um colégio<br />

católico, um grupo <strong>de</strong> fiéis cristãos leigos que não responda por algum gesto <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> socorro<br />

imediato, <strong>de</strong> assistência ou <strong>de</strong> promoção humana transforma<strong>do</strong>ra da vida. Não se trata <strong>de</strong> simples comiseração<br />

ou reação emocional diante da <strong>do</strong>r humana. O envolvimento <strong>do</strong>s cristãos traduz o corolário da fé que<br />

praticam; é conseqüência natural <strong>do</strong> seguimento daquele que veio “não para ser servi<strong>do</strong>, mas para servir” (cf.<br />

MARCOS 10, 45).<br />

Antonio Facci, pioneiro <strong>de</strong> Maringá e escritor, observou, há não muito tempo, que Maringá se constitui<br />

em cida<strong>de</strong> diferente <strong>de</strong> todas as outras <strong>de</strong> igual porte. Não só pela exuberância <strong>de</strong> uma arborização que ainda<br />

preserva parte <strong>do</strong> ver<strong>de</strong> da mata original. Não só pela pujança <strong>de</strong> seu comércio, que chegou a ostentar, faz<br />

algum tempo, o posto <strong>de</strong> segunda praça atacadista <strong>do</strong> Brasil, atrás apenas <strong>de</strong> São Paulo. Não só pelo número<br />

<strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e cursos superiores, que hoje atraem estudantes <strong>do</strong> Brasil inteiro e <strong>de</strong> países vizinhos. Acima<br />

<strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, Maringá é diferente porque, sessenta anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nascida, mantém eleva<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>,<br />

como acontecia entre os primeiros mora<strong>do</strong>res. As <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> obras beneficentes, multiplicadas e visíveis por<br />

to<strong>do</strong>s os cantos, refletem a marca <strong>de</strong> um sofri<strong>do</strong> começo, quan<strong>do</strong> os habitantes daquela boca <strong>de</strong> mato cultivavam<br />

laços fortes <strong>de</strong> união, sob pena <strong>de</strong> sucumbirem às agruras <strong>do</strong> meio. Não se podia estiolar o espírito <strong>de</strong><br />

família que os tornava não só uni<strong>do</strong>s, mas responsáveis um pelo outro, e to<strong>do</strong>s, pela cida<strong>de</strong> que era sua.<br />

Em outros lugares esse calor <strong>de</strong> vida se per<strong>de</strong>u. Não em Maringá. Por uma razão historicamente inegável,<br />

segun<strong>do</strong> Facci. Porque Maringá teve o privilégio <strong>de</strong> acolher um homem que lhe ensinou, pelo exemplo<br />

<strong>de</strong> anos segui<strong>do</strong>s, a abrir o coração para as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> outro. Mais ainda: ele transmitiu uma lição que<br />

Maringá incorporou à sua experiência <strong>de</strong> vida: a lição <strong>de</strong> que o outro não é estranho, é irmão. Esse homem<br />

se chama <strong>do</strong>m Jaime Luiz Coelho. 22<br />

Para confirmar, quan<strong>do</strong> a ACIM – Associação Comercial e Industrial <strong>de</strong> Maringá, no dia 6 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 2003, entregou a primeira comenda Américo Marques Dias, criada para comemorar seu cinqüentenário,<br />

o presi<strong>de</strong>nte Arioval<strong>do</strong> Costa Paulo confessou que não encontrou dificulda<strong>de</strong> em escolher o homenagea<strong>do</strong>.<br />

Não podia ser outro: “se Maringá é hoje uma cida<strong>de</strong> unida e comprometida, <strong>do</strong>m Jaime foi o responsável por<br />

isso” (PAULO, 2003, 3 f.).<br />

A evAngelizAção em novA fAse<br />

Convencida <strong>de</strong> que o Evangelho <strong>de</strong>ve ser prega<strong>do</strong> “<strong>de</strong> cima <strong>do</strong>s telha<strong>do</strong>s” (MATEUS 10, 27), ao longo<br />

<strong>de</strong> seus vinte séculos, por divina assistência, a <strong>Igreja</strong> foi premiada com exímios mestres da palavra. Ela recebe o<br />

alento <strong>do</strong> Espírito <strong>de</strong> Deus presente em Jesus <strong>de</strong> Nazaré, Palavra encarnada <strong>do</strong> Pai, que as multidões ouviam<br />

fascinadas (cf. LUCAS 4, 15.32). Na esteira <strong>de</strong> Paulo, apóstolo <strong>do</strong>s gentios, e vigoroso artífice da palavra,<br />

arautos da mensagem cristã em número incontável multiplicaram-se até os extremos da terra. Cada país on<strong>de</strong><br />

foi plantada a semente da fé cristã colheu com fartura os frutos <strong>de</strong> conversão suscita<strong>do</strong>s por fiéis anuncia<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Evangelho.<br />

Com o advento, especialmente a partir da Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna, <strong>do</strong>s novos recursos <strong>de</strong> comunicação, a comunida<strong>de</strong><br />

eclesial <strong>de</strong>ixou-se convencer não só das vantagens senão da imprescindível necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizálos<br />

a serviço da evangelização, sua tarefa primeira por mandato <strong>do</strong> Senhor.<br />

A <strong>Igreja</strong> oficialmente presente em Maringá a partir da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX mereceu <strong>de</strong> Deus<br />

22 Observação feita ao autor <strong>de</strong>stas notas após missa na igreja Santa Maria Goretti, em Maringá, no dia 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006.

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