Capítulo 6 - Uma Igreja de presença e sinal do Reino - Arquidiocese ...
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A <strong>Igreja</strong> que brotou da mata<br />
Também na gênese da televisão em Maringá a <strong>Igreja</strong> Católica fez sentir sua <strong>presença</strong> não por prepo-<br />
tência, mas pelo <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> bispo como lí<strong>de</strong>r religioso e cidadão comprometi<strong>do</strong> com os interesses da<br />
comunida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong>s anos 60, o Norte <strong>do</strong> Paraná só conhecia a TV Coroa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> Londrina,<br />
pessoas <strong>do</strong> ramo anteviram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vultosos lucros à disposição <strong>de</strong> quem chegasse primeiro na<br />
instalação <strong>de</strong> novo canal <strong>de</strong> TV para cobrir o imenso campo <strong>do</strong> Noroeste paranaense. Ainda nos anos iniciais<br />
<strong>do</strong> Grupo Paulo Pimentel, hoje auto<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como “um <strong>do</strong>s maiores complexos <strong>de</strong> comunicação <strong>do</strong> Sul <strong>do</strong><br />
país”, conta-se que seu funda<strong>do</strong>r teria revela<strong>do</strong>: “Jornal é bom negócio, mas o que dá dinheiro mesmo é<br />
televisão”. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá oferecia-se como base natural para implantação da segunda emissora <strong>de</strong> TV<br />
<strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná.<br />
Descontente com a mobilização <strong>de</strong> <strong>do</strong>is grupos, que entendia representar interesses alheios à cida<strong>de</strong><br />
– Empresa TV O Jornal <strong>de</strong> Maringá Ltda. e Televisão Ivaí Ltda. –, <strong>do</strong>m Jaime pôs-se a contatar empresários<br />
para a formação <strong>de</strong> um terceiro consórcio integra<strong>do</strong> só por maringaenses, com o objetivo <strong>de</strong> disputar a<br />
concessão <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> TV para Maringá. No dia 1º <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968 constituiu-se a empresa Televisão<br />
Cultura <strong>de</strong> Maringá Ltda., formada por brasileiros natos, to<strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>ntes e atuantes em Maringá, com o<br />
propósito <strong>de</strong> obter direito à “instalação <strong>de</strong> estações televisoras nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá”, ten<strong>do</strong> por objetivos<br />
“fins educacionais, cívicos e patrióticos”. A TV Cultura <strong>de</strong> Maringá apresentava diretoria composta por<br />
<strong>do</strong>m Jaime Luiz Coelho, diretor-presi<strong>de</strong>nte; Samuel Silveira, diretor-superinten<strong>de</strong>nte, e Joaquim Dutra, diretor-gerente.<br />
O contrato social foi arquiva<strong>do</strong> na Junta Comercial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná sob nº 90.735, por<br />
<strong>de</strong>spacho em sessão <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968. O grupo era composto por 25 cidadãos maringaenses: <strong>do</strong>m<br />
Jaime Luiz Coelho, Samuel Silveira, Joaquim Dutra, Francisco Dias Rocamora, Carlos Piovezan Filho, Paulo<br />
Okamoto, Wilson Saenz Surita, José Sanches Filho, Antônio Augusto <strong>de</strong> Assis, Célio Verolli, Wla<strong>de</strong>mir Pipino,<br />
Antônio Guilherme Schreiner, Ulisses Bru<strong>de</strong>r, Atair Niero, José Gonçalves <strong>de</strong> Britto, Antenor Matiolli,<br />
Jancer Nunes Reinal<strong>de</strong>t, Ro<strong>do</strong>lfo Purpur, José Dutra, Oswal<strong>do</strong> José Rodrigues, Hélio Moreira, Ermelin<strong>do</strong><br />
Bolfer, Jasson Rodrigues <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong>, Alci<strong>de</strong>s Parizotto e Donaldi Serra. Em audiência, na capital fe<strong>de</strong>ral,<br />
com o presi<strong>de</strong>nte Arthur da Costa e Silva, no dia 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1968, acompanha<strong>do</strong> por Joaquim Dutra<br />
e Ulisses Bru<strong>de</strong>r, <strong>do</strong>m Jaime advogou ar<strong>do</strong>rosamente a conveniência <strong>de</strong> a nova empresa ser contemplada com<br />
a concessão. Depois disso, inclusive com apoio <strong>do</strong>s bispos <strong>de</strong> Campo Mourão, <strong>do</strong>m Eliseu Simões Men<strong>de</strong>s,<br />
e <strong>de</strong> Paranavaí, <strong>do</strong>m Benjamin <strong>de</strong> Sousa Gomes, continuou com pertinácia a sustentar, em todas as áreas, o<br />
pleito <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> Maringá.<br />
O segun<strong>do</strong> canal <strong>de</strong> TV da região foi cria<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1969, em Apucarana, com o nome <strong>de</strong><br />
TV Tibagi e concedi<strong>do</strong> ao Grupo Paulo Pimentel. Atualmente, é afilia<strong>do</strong> ao Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Televisão.<br />
A partir <strong>de</strong> então, intensificaram-se as ativida<strong>de</strong>s para a implantação da emissora <strong>de</strong> TV em Maringá,<br />
que foi conseguida, finalmente, através <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto fe<strong>de</strong>ral nº 70.814, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1972. Não obstante<br />
a aprovação recebida, a TV Cultura teria ainda que enfrentar dificulda<strong>de</strong>s suscitadas pelos grupos preteri<strong>do</strong>s,<br />
que tentaram, por várias formas, obstruir a sua instalação.<br />
No dia 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1974, junto ao DENTEL – Departamento Nacional <strong>de</strong> Telecomunicações foi<br />
solicitada alteração <strong>do</strong> contrato social para admissão <strong>de</strong> três sócios <strong>de</strong> Curitiba, <strong>do</strong>utores Francisco Cunha Pereira<br />
(que assumiu a função <strong>de</strong> diretor-gerente, até então exercida por Joaquim Dutra), Edmun<strong>do</strong> Lemanski<br />
e A<strong>do</strong>lpho <strong>de</strong> Oliveira Franco, os quais adquiriram os direitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>zessete antigos cotistas, fican<strong>do</strong> a nova<br />
socieda<strong>de</strong> composta por onze sócios, oito <strong>de</strong> Maringá e três <strong>de</strong> Curitiba. Em 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1975, <strong>de</strong>u-se a<br />
conhecer a programação da TV Cultura <strong>de</strong> Maringá. Menos <strong>de</strong> um mês mais tar<strong>de</strong>, no dia 25 <strong>de</strong> setembro,<br />
aconteceu a inauguração oficial da TV Cultura, canal 8 <strong>de</strong> Maringá.<br />
Por apenas alguns meses o bispo permaneceu à frente da TV Cultura <strong>de</strong> Maringá como diretor-presi<strong>de</strong>nte.<br />
A nova configuração da empresa fez com que seu posto fosse ocupa<strong>do</strong> por empresários <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> comunicação.<br />
Nova alteração contratual, em 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1978, admitiu como sócio, com quantida<strong>de</strong> maior<br />
<strong>de</strong> quotas, o empresário José Roberto Marinho, <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, integrante da Re<strong>de</strong> Globo <strong>de</strong> Televisão<br />
da qual a TV Cultura passou a afiliada.<br />
Apesar <strong>do</strong> gigantismo da Re<strong>de</strong> Globo, <strong>do</strong>m Jaime garantiu à diocese a franquia, na emissora <strong>de</strong> Marin-