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Capítulo 6 - Uma Igreja de presença e sinal do Reino - Arquidiocese ...

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222<br />

tAbefe<br />

A <strong>Igreja</strong> que brotou da mata<br />

O que ninguém escreveu<br />

Des<strong>de</strong> antes <strong>do</strong> incêndio que <strong>de</strong>struiu a linda igreja <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, pa-<br />

dre A<strong>de</strong>lino Fórmolo era o vigário <strong>de</strong> Santo Antônio, na vila <strong>do</strong> mesmo<br />

nome. Gaúcho empresta<strong>do</strong> pela diocese <strong>de</strong> Caxias <strong>do</strong> Sul, era <strong>do</strong>no <strong>de</strong> rara<br />

simpatia e incrível facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer amigos. Mas que ninguém o tirasse<br />

<strong>do</strong> sério. Num sába<strong>do</strong> santo, data em que a liturgia da <strong>Igreja</strong> não prevê celebração<br />

nenhuma, na escadaria da matriz, um senhor lhe pe<strong>de</strong> que batize<br />

uma criança. Respon<strong>de</strong> que nesse dia é impossível, terá que ser em outra<br />

ocasião. O homem insiste. O padre torna a explicar. Se a criança estivesse<br />

<strong>do</strong>ente, haveria motivo, mas não era o caso. A conversa sobe alguns <strong>de</strong>cibéis,<br />

proporcionais à insistência <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>. A<strong>de</strong>lino <strong>de</strong>siste. Está retiran<strong>do</strong>-<br />

-se, quan<strong>do</strong> ouve um palavrão cabelu<strong>do</strong>. Volta-se como um raio: “Você<br />

não repete o que falou”. O homem não se intimida: “Filho da...” O resto<br />

é dito já no pó da rua, aon<strong>de</strong> o lança inespera<strong>do</strong> sopapo estala<strong>do</strong> na orelha.<br />

Ele vai queixar-se ao bispo. Literalmente. Não <strong>de</strong>mora, <strong>do</strong>m Jaime manda<br />

chamar o padre: “A<strong>de</strong>lino, on<strong>de</strong> já se viu uma coisa <strong>de</strong>ssas? Você é padre,<br />

um homem <strong>de</strong> Deus. Tem cabimento agredir um paroquiano?”. Ele aceita<br />

humil<strong>de</strong> a episcopal reprimenda. A alguns colegas confi<strong>de</strong>ncia mais tar<strong>de</strong>:<br />

“O bispo está certo. Tinha que me chamar atenção mesmo. Mas o cara me<br />

chamou <strong>de</strong> fdp. Se chamar <strong>de</strong> novo, eu bato outra vez”.<br />

cinemA<br />

Além <strong>de</strong> futebol, outra paixão <strong>de</strong> padre Novaes era cinema. Nas férias,<br />

ele costumava convidar os seminaristas Orival<strong>do</strong> e Geral<strong>do</strong> Schnei<strong>de</strong>r<br />

para assistir filmes nos cines Maringá e Paraná, raramente no cine Horizonte,<br />

na Vila Operária. Nessas ocasiões, vestia batina, porque assim entrava<br />

<strong>de</strong> graça. E exigia o mesmo privilégio para os acompanhantes. <strong>Uma</strong><br />

vez, no cine Paraná, o trio entrou com a projeção em andamento. De<br />

repente, perceberam que a película era diferente da anunciada. Não era<br />

exatamente pornô, mas continha cenas um tanto ousadas. Novaes virou<br />

bicho. Dirigiu-se à gerência, on<strong>de</strong> lhe explicaram que o filme previsto, trazi<strong>do</strong><br />

pela Viação Garcia, não tinha chega<strong>do</strong>, então rodaram outro. Depois<br />

<strong>de</strong> dizer poucas e boas, chamou os companheiros e retirou-se. Dirigiram-<br />

-se a Marialva. Novaes parou a camionete na frente <strong>do</strong> cinema: “Vá lá,<br />

Episódios pitorescos vivi<strong>do</strong>s por nossos padres<br />

<strong>do</strong>s primeiros tempos, alguns já chama<strong>do</strong>s à casa <strong>do</strong> Pai.

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