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Capítulo 6 - Uma Igreja de presença e sinal do Reino - Arquidiocese ...

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A <strong>Igreja</strong> que brotou da mata<br />

cida sua plataforma legislativa. As gran<strong>de</strong>s questões levadas a <strong>de</strong>bate popular invariavelmente encontram eco<br />

no coração da <strong>Igreja</strong> que está em Maringá.<br />

No atual <strong>de</strong>safio proposto às famílias pelo criminoso universo das drogas, embora incapaz <strong>de</strong> alcançar sua<br />

erradicação, a <strong>Igreja</strong> Católica vem <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> o mais consistente programa <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

químicos pratica<strong>do</strong> na região. Em agosto <strong>de</strong> 1995, <strong>de</strong>pois que o procurou a mãe <strong>de</strong> um jovem interna<strong>do</strong> em<br />

Franca para tratamento da <strong>de</strong>pendência, <strong>do</strong>m Jaime repartiu com padre Júlio Antônio da Silva, cura da catedral,<br />

sua angústia <strong>de</strong> pastor diante <strong>do</strong> problema. Com voluntários reuni<strong>do</strong>s nos colégios católicos e no Instituto<br />

<strong>de</strong> Educação, padre Júlio formou um grupo disposto a discutir providências. Sob inspiração <strong>do</strong> NAREV<br />

– Associação Núcleo <strong>de</strong> Apoio e Recuperação da Vida, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Franca, <strong>de</strong>cidiu-se pela criação em Maringá<br />

<strong>de</strong> organismo semelhante. Em reunião havida no salão paroquial da igreja <strong>de</strong> Cristo Ressuscita<strong>do</strong>, no dia 3 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1997, foi criada a Associação Maringá Apoian<strong>do</strong> a Recuperação <strong>de</strong> Vidas – MAREV, <strong>de</strong>stinada a realizar<br />

o mesmo trabalho <strong>de</strong> Franca, fundamenta<strong>do</strong> sobre o tripé espiritualida<strong>de</strong>, disciplina e laborterapia. Papel<br />

importante <strong>de</strong>sempenhou um grupo <strong>de</strong> fiéis da catedral, existente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992, batiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> Projeto Mais Vida,<br />

que promovia acampamentos, encontros <strong>de</strong> revitalização <strong>do</strong> ser-pessoa, retiros espirituais, acompanhamento<br />

personaliza<strong>do</strong> etc. Para obtenção <strong>do</strong> espaço físico necessário à implantação <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> terapia foi fundamental<br />

a generosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> padre Gerhard Schnei<strong>de</strong>r, proprietário <strong>de</strong> uma chácara, o “Recanto Patmos”, com área <strong>de</strong><br />

cinco alqueires paulistas, distante 18km <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> Maringá, que foi por ele <strong>do</strong>ada à instituição. O MAREV<br />

tem sua se<strong>de</strong> urbana na Rua Lopes Trovão, 395, na mesma residência em que <strong>do</strong>m Jaime se instalou em 1957,<br />

quan<strong>do</strong> chegou a Maringá. O prédio precisou sofrer algumas adaptações para servir como Casa <strong>de</strong> Apoio “São<br />

Francisco <strong>de</strong> Assis”, nome atual, inaugurada pelo arcebispo <strong>de</strong> Maringá no dia 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000. Aí se organizam<br />

a administração e a triagem, sen<strong>do</strong> também acolhidas as famílias <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

O MAREV <strong>de</strong>sfruta hoje <strong>do</strong> reconhecimento <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública municipal (Lei nº 4675/98), estadual<br />

(Lei nº 13.091/2001) e fe<strong>de</strong>ral (Portaria nº 725/2001), ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> no CNAS – Conselho Nacional<br />

<strong>de</strong> Assistência Social o registro nº R0047/2003, ao qual acompanhou o certifica<strong>do</strong> nº CCEAS0026/2003,<br />

renovável a cada triênio. Para o bom êxito <strong>do</strong> trabalho requer-se o comprometimento da família, que recebe<br />

a orientação <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Amor Exigente Paulo <strong>de</strong> Tarso, funda<strong>do</strong> em Maringá em 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1995,<br />

entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio familiar aos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em fase <strong>de</strong> tratamento. Des<strong>de</strong> sua fundação até julho <strong>de</strong> 2006,<br />

o MAREV conseguiu <strong>de</strong>volver à socieda<strong>de</strong> 983 (novecentos e oitenta e três) homens saudáveis, muitos <strong>do</strong>s<br />

quais já beiravam perigosamente a auto<strong>de</strong>struição.<br />

Pela <strong>de</strong>dicação manifestada a pessoas carentes, em 1996, Schnei<strong>de</strong>r recebeu da Prefeitura <strong>do</strong> Município<br />

<strong>de</strong> Maringá concessão para uso <strong>de</strong> um terreno <strong>de</strong> quase <strong>de</strong>z alqueires paulistas, situa<strong>do</strong> no distrito <strong>de</strong> Iguatemi,<br />

no qual implantou duas obras às quais chamou “recantos”. No “Recanto Mun<strong>do</strong> Jovem” são acolhi<strong>do</strong>s<br />

por volta <strong>de</strong> 25 a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> sexo masculino, com ida<strong>de</strong> entre 14 e 18 anos, vítimas <strong>de</strong> drogas, aos quais<br />

é proporciona<strong>do</strong> tratamento. Em agosto <strong>de</strong> 1999, ex-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes recupera<strong>do</strong>s pelo MAREV passaram a<br />

colaborar no trabalho ali <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>. A segunda obra, “Recanto da Esperança” <strong>de</strong>stina-se a abrigar andarilhos<br />

<strong>do</strong> sexo masculino que perambulam pela cida<strong>de</strong>, sem família nem residência. Aos cerca <strong>de</strong> 30 assisti<strong>do</strong>s<br />

é <strong>de</strong>volvida a auto-estima através <strong>do</strong> sustento que conseguem com o trabalho agrícola, abrin<strong>do</strong> possibilida<strong>de</strong><br />

para sua reintegração social e religiosa. Um terceiro recanto, próximo à Penitenciária Estadual <strong>de</strong> Maringá,<br />

na Estrada Ban<strong>de</strong>irantes, Schnei<strong>de</strong>r <strong>de</strong>nominou “Recanto da Fraternida<strong>de</strong> – Plantan<strong>do</strong> Vidas”. Em terreno<br />

também cedi<strong>do</strong> pela prefeitura municipal, com área aproximada <strong>de</strong> sete alqueires paulistas, abrigam-se expresidiários<br />

e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos em processo <strong>de</strong> ressocialização e tratamento. O trabalho é dirigi<strong>do</strong> por<br />

fiéis cristãos leigos voluntários e conta com a colaboração <strong>de</strong> profissionais da área.<br />

Assim como <strong>do</strong> NAREV <strong>de</strong> Franca surgiu o MAREV <strong>de</strong> Maringá, também este gerou prole sadia. Na<br />

esteira <strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s colhi<strong>do</strong>s nasceram APREV – Associação Pru<strong>de</strong>ntina Recuperan<strong>do</strong> Vidas, <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte<br />

Pru<strong>de</strong>nte (SP), e CIAREV – Associação Cianorte Apoian<strong>do</strong> e Recuperan<strong>do</strong> Vidas, <strong>de</strong> Cianorte (PR).<br />

Dom Murilo tornou-se responsável por novos passos na caminhada <strong>de</strong> uma <strong>Igreja</strong> que encontrou disposta,<br />

apesar das naturais falhas, a servir aos irmãos. Por sua iniciativa, religiosas da Copiosa Re<strong>de</strong>nção para cá<br />

vieram no dia 12 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1998, com o propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r jovens <strong>do</strong> sexo feminino, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

químicas e gestantes grávidas. A fim <strong>de</strong> acolhê-las a arquidiocese alugou uma residência na Gleba Maringá, pró-

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