Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde
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<strong>Raid</strong> <strong>Amezri</strong> <strong>–</strong> <strong>Uma</strong> <strong>história</strong> <strong>mal</strong> <strong>contada</strong><br />
Ao meio-dia já avistávamos as grandes dunas que pensei ser<br />
possível evitar enquanto o pretendêssemos. Em determinado<br />
ponto abandonámos a larga pista e aproximamo-nos das<br />
areias. A areia revelou-se mais fácil de ultrapassar do que eu<br />
esperava, mas sozinhos não podíamos correr riscos e<br />
procurámos contornar as grandes areias, seguindo as<br />
sucessivas marcas no terreno e as pistas cartografadas no GPS.<br />
Finalmente a antiga pista balizada por pedras<br />
sobrepostas e pintadas de branco. O rali até<br />
Dakar passou inúmeras vezes por aqui. Piso<br />
bom e ondulante, constantemente cruzado por<br />
pequenos cursos de água secos obrigando-nos a<br />
baixar dos 80km/h para 20km/h e depois<br />
recomeçar tudo de novo. Metemos conversa<br />
primeiro com um grupo de cinco jipes franceses<br />
e depois com um casal francês (todos com<br />
cartografia Gandini). Estes últimos iam numa<br />
Hilux transformada em autocaravana em<br />
direção a Smara e já vinham para aqui antes de<br />
eu ter nascido. Fantástico encontrar um casal<br />
daquela idade e experiência aqui tão longe da<br />
civilização das cidades.<br />
A pista era consecutivamente cortada e onde antes existia uma passagem<br />
estavam agora sucessivos cordões de dunas com dois, ou três metros de<br />
altura. Fora disto o piso é de areia e terra dura e muito irregular tornando<br />
a progressão um exercício de paciência, destreza e atenção constante.<br />
Tentámos mais a norte, mas as extensas zonas planas ocultavam zonas<br />
húmidas onde o perigo de atascarmos era constante. Estávamos em pleno<br />
Lago Iriki e precisávamos de avançar a todo o custo para leste!<br />
Resolvemos fazer uma pausa para uma pequena refeição, recuperar forças e espirito.<br />
Tentámos mais a sul, por forma a “apanharmos” a pista principal, mas o leito do Draa<br />
com água impedia qualquer tentativa e vimo-nos envolvidos num labirinto de vegetação<br />
e dunas de pequena dimensão. Era necessário seguir nordeste! Quando finalmente nos<br />
libertámos, encontrámos inesperadamente a pista! Quase que rejubilámos e parámos<br />
para usufruir do momento, quando nos apercebemos que faltava uma tenda!<br />
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