Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

Raid Amezri – Uma história mal contada
Atento, fiz sempre o possível por observar, aprender e
respeitar os seus costumes. A casa do Sr. Ben Ahmou onde
ficámos estava a cerca de 15 metros acima da pista e a
uns 40 metros do leito do rio. Ao lado permanecia
tombado um pinheiro gigantesco e seco, que tinha caído
há alguns invernos, numa noite de temporal, quando um
grupo de 19 turistas, com mulheres e crianças se
refugiaram em sua casa. Em sua casa, isto é, numa sala
anexa ao curral mesmo em frente ao galinheiro, onde
jantámos, tomámos o pequeno-almoço e dormimos.
Consegui falar com a minha mulher, que além de
obviamente muito preocupada, estava furiosa comigo!
Mesmo assim pedi-lhe que fizesse o favor de entrar em
contato com o Renato da Motormáquina e com o Neil, na
tentativa de arranjar rapidamente uma Centralina. Ambos
retribuiriam a chamada no dia seguinte de manhã. O
primeiro já com uma, que estaria como nova, e o segundo
tinha acabado de aterrar em Málaga ao serviço da
Nissan. Desde já um grande abraço e uma palavra de
agradecimento pela preocupação e força de ambos.
Muito obrigado!
Também havia a voz da razão e eu precisava de
me recompor fisicamente e comunicar com
Portugal para sossegar a família.
Ben Ahmou tinha-me convidado para jantar em
sua casa e naquela zona do rio havia melhor
cobertura de rede, por isso não podia recusar.
Karim acompanhou o Toni, que ficou a guardar
o acampamento.
Até esse dia nunca tinha tido o prazer de
partilhar um serão entre berberes das
montanhas da forma descontraída como passei.
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