Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

Voltei à minha tarefa e quando regresso ao
acampamento descubro que o meu amigo tinha
seguido a pista e regressava com um pastor. Um
jovem aparentando entre 18 a 20 anos de nome
Karim.
Os contatos telefónicos continuavam péssimos e
não tínhamos a certeza quanto tempo ainda
poderiam demorar. Não estávamos seguros se
tinham entendido exatamente onde estávamos e
seguramente, mesmo que chegassem “hoje”, não
iriam conseguir resolver o problema.
Era altura para um lanchezinho. Os três
partilhamos, chá e tâmaras. Nisto o telefone toca…
Raid Amezri – Uma história mal contada
Era Lahcen da loja Sable d’Or de Zagora. Estavam próximos, dizia. Vinham em direção à catedral e estavam a ser
orientados por uma pessoa que tinha estado connosco.
Uma pessoa que tinha estado connosco no rio?!
De início não compreendemos, depois recordámo-nos do homem que passou de manhã e com quem tínhamos bebido
chá. Será esse?
Resolvi começar a fazer a pista tentando ir ao
encontro deles. O jovem pastor acompanhou-
me, porque tinha de regressar a casa. Sentia
de novo um pouco de esperança e
caminhávamos quase a par, mas nem sempre
porque o caminho ideal por vezes não dava
para dois. Nem tinham passado cinco minutos
e a sola da minha bota direita descolou-se até
à zona do calcanhar. Karim fez-me
instintivamente sinal para a amarrar com os
atacadores e assim fiz, meio desconcertado
por não ter sido eu a lembrar-me
imediatamente dessa ideia simples e eficaz.
Desenfiei dois ou três buracos e com o excedente dei a volta ao pé e continuamos a caminhar como se nada fosse. Eram
17:30h quando saímos e o Pôr-do-Sol era por volta das 18:15h, portanto podia caminhar pelo menos meia hora e
regressar sem ser apanhado pela noite.
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