Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

Raid Amezri – Uma história mal contada
Quando estavam mesmo por baixo do local onde me
encontrava desci e cumprimentei-os efusivamente. Sahid
tinha trazido consigo um mecânico cujo nome
inexplicavelmente varreu-se da minha memória. Saleh o
guia berbere de Tinerhir foi o primeiro que alcancei. Trazia
uma lanterna esse bom homem de meia-idade, muito
comunicativo e que me perguntou, se eu era o João.
Estavam estupefactos com o sítio onde estávamos. A
acompanha-lo vinha um senhor aparentando mais de 70
anos mas que devia ter menos de sessenta.
Eles vinham aí! Estavam a chegar! Que alivio,
embora tivesse consciência que era temporário,
não me inibi de desfrutar do momento.
Fizemos sinais de luzes, gritámos e finalmente
percebemos que já nos tinham visto!
Não sei porquê mas nessa altura tinha a máquina
fotográfica comigo e estava numa secção elevada
da pista a qual se tinha partido. Daquele ponto de
destaque tinha uma vista privilegiada apesar da
noite que se aproximava. Enquanto o Defender
branco ia progredindo muito lentamente, três
pessoas seguiam um pouco à frente e retiravam
as maiores pedras de um trajeto escolhido.
Morava um pouco mais a baixo, aqui no
Assif Melloul e tinha-se disponibilizado a
acompanha-los. Chamava-se Ben Ahmou
e por tudo o que aconteceu nas 48 horas
seguintes, fiquei-lhe com uma divida de
gratidão, que tenho de saldar assim que
possa…
Ausente deste encontro faltava uma
personagem fundamental. O viajante
bem vestido da manhã e que seguia em
direção à Associação de Anergui. Esperou
sair do desfiladeiro para conseguir falar
claramente com a equipa de resgate,
orientando-a durante todo o dia por
telemóvel até à entrada no desfiladeiro.
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