Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

Raid Amezri – Uma história mal contada
E continuamos neste embriagante dilema até passarmos a primeira
ponte onde pelo sim pelo não, o Toni saiu primeiro para “testar” a ponte,
não que o meu amigo pesasse algo como três toneladas, mas a estrutura
levantava sérias suspeitas. Voltaram à lembrança as imagens do francês
na moto no YOUTUBE e ao mesmo tempo continuava a haver marcas de
rodados, o que é sempre um alento encorajador.
Quase não se vê ninguém e só passamos por duas ou três casas ao longo
do trajeto. Um homem tentou dissuadir-nos a continuarmos, ao mesmo
tempo que pedia boleia para Tilouguite. Influenciados pela nossa
determinação em prosseguir, quisemos entender que a sua insistência se
devia essencialmente à sua necessidade de uma boleia no sentido oposto
e por isso insistimos em frente.
Olhávamos para cima e pensámos em
todas aquelas rochas em posições
periclitantes, ameaçando rolar encosta a
baixo e prontas a esmagar quem se
atravessasse no caminho da enxurrada.
A chuva chegou entre alguns raios de sol
do fim do dia e com ela o arco iris,
enquanto passávamos ao lado de uma
pequena ponte pedonal feita com troncos,
mas com um pilar central em cimento.
Agora na margem esquerda, a pista
oscilava entre os contornos das encostas,
com partes de arrepiar o mais sensível e
secções ao nível do rio, onde se viam
muitos vestígios do Inverno, com paus,
restos de árvores e a terra remexida com a
força da água, deixando a entender que o
caminho fica facilmente interdito com
alguma chuva. A juntar a este cenário
quase dantesco de desolação e ao mesmo
tempo de beleza e tranquilidade ouvia-se
uma crescente trovoada que ameaçava
nos alcançar.
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