Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

Raid Amezri – Uma história mal contada
Agora vinha a tarefa mais difícil. Cavar no lodo.
Rapidamente percebi que mesmo que estivesse habituado a
muito esforço físico, a tarefa feita por um só iria demorar
muito tempo. O poder de sucção transformava cada
movimento com a pá numa tarefa Herculina.
Durante a manhã só me recordo de ter passado uma
pessoa, que veio a desempenhar um papel fundamental. O
homem de meia-idade não vinha vestido de camponês, nem
de trabalhador, pelo contrário, apresentava um vestuário
elegante e falava francês, o que não é muito comum nestes
sítios mais remotos onde falam em berbere entre eles.
O meu amigo convencido que a cavalaria
não tardaria muito, ainda tentou
algumas vezes dissuadir-me da minha
tarefa. Eu em troca pedi-lhe almoço.
Podia ser esparguete com um dos
molhos de Huelva. Depois de almoço
voltei a cavar apesar de a progressão ser
muito lenta e só desisti lá para as três da
tarde quando estava exausto.
Deitei-me na tenda e adormeci.
Dirigia-se a Anergui e perante a nossa
situação crítica e dificuldade em
comunicar eficazmente onde estávamos
exatamente, ofereceu-se para falar com o
grupo de resgate que vinha a caminho.
Percebemos que conseguia-se fazer
entender melhor do que nós, mas não
falou em árabe, o que significava que não
estava a falar com o Sahid. Oferecemos
chá e tâmaras e mostrou-se algo curioso
com a Keli-Catle. Eu não conseguia estar
descontraidamente a beber chá e voltei
ao trabalho.
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