Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde
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Parte 4. Assif Melloul.<br />
<strong>Raid</strong> <strong>Amezri</strong> <strong>–</strong> <strong>Uma</strong> <strong>história</strong> <strong>mal</strong> <strong>contada</strong><br />
Para a <strong>história</strong> deixar de ser “<strong>mal</strong> <strong>contada</strong>” era preciso dedicar uma parte inteira ao que aconteceu, quando<br />
aconteceu, de que forma, o que ia dentro da minha cabecinha e de que forma isso afetou os que foram envolvidos na<br />
ocorrência. Entendi que esta era a única forma verdadeira de transmitir o acontecimento e ao mesmo tempo de<br />
mostrar a nobreza do marroquino.<br />
A resposta a esta pergunta veio logo a seguir, quando iniciamos a<br />
entrada dentro da garganta do rio. A pista a princípio é muito amena e<br />
contorna suavemente os arredondados contornos do terreno. O rio de<br />
início à nossa esquerda e praticamente ao mesmo nível da pista começa<br />
aos poucos a se distanciar, à medida que subimos em direção a<br />
montante. A vegetação envolvente é relativamente densa e variada,<br />
continuando a se destacarem alguns pinheiros de grande porte. Mais à<br />
frente vemos zonas com catos e plantas carnudas de variadíssimas<br />
espécies, enfim um envolvente verde que dá um encanto selvagem a este<br />
desfiladeiro. Porque é mesmo disso que se trata, um profundo<br />
desfiladeiro onde facilmente se perde a ligação GSM e até a cobertura de<br />
satélite de tão profundo que se torna. Diferente do Oued Tassaout, que<br />
talvez seja mais imponente, mas para mim este é mais belo.<br />
Finalmente aqui, depois de três anos à espera de<br />
uma oportunidade e estando tão longe de casa,<br />
não queria deixar de tentar, nem que fosse só<br />
um bocadinho… Tinha confiança no carro,<br />
conhecia-o bem e não era de todo a primeira vez<br />
que atravessava longos trajetos no leito de rios.<br />
Até agora para mim eram só imagens de<br />
satélite, fotos e mais recentemente o filme de<br />
“motomarrakech”, o que ainda piorou a<br />
cabecinha e aumentou a vontade de atravessar<br />
esta garganta.<br />
Até 2008 nunca houve grandes problemas, pelo<br />
menos que eu soubesse. A partir do momento<br />
em que alcatroaram a estrada vinda de norte<br />
para Anergui, desse lado da garganta, penso que<br />
tenha deixado de haver uma preocupação tão<br />
grande em manter a ligação até Tilouguite a sul.<br />
Porquê tanta espectativa, porque é que era<br />
assim tão importante?<br />
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