Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde
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<strong>Raid</strong> <strong>Amezri</strong> <strong>–</strong> <strong>Uma</strong> <strong>história</strong> <strong>mal</strong> <strong>contada</strong><br />
Ao longo do trajeto podemos ver várias secções reparadas de uma forma<br />
arcaica com paus e pedras, mas nem por isso menos eficaz. Lá em baixo<br />
vê-se por todo o lado vestígios do inverno, com árvores de grande porte<br />
arrastadas pela corrente. Enormes calhaus, capazes de destruir qualquer<br />
camião, que repousam lá no fundo, após terem sido vítimas das<br />
enxurradas nas encostas ingremes.<br />
A todo o momento esperávamos por um corte decisivo na pista que nos<br />
impedisse a progressão. É que do lado direito apresentava-se ora uma<br />
parede, ora uma encosta intransponível com centenas de metros de altura.<br />
Do outro lado persistia um abismo a pique, com muitas dezenas de metros<br />
e do qual ninguém consegue sobreviver a uma queda.<br />
O rio mesmo nesta altura do ano mete<br />
respeito e não tem assim tão pouca água,<br />
na realidade até tem pouca, se<br />
considerarmos a besta branca da época<br />
das chuvas. Branca e besta porque o Assif<br />
Melloul, ou Rio Branco, sobe facilmente<br />
três metros acima do que podíamos agora<br />
observar. Naquele momento era apenas<br />
um dócil ribeiro.<br />
É tudo aquilo pelo que eu esperava. A<br />
natureza no seu estado puro e indomável.<br />
Portanto, qualquer incisão na pista<br />
implicava um prolongado regresso<br />
em marcha atrás, é que considerar a<br />
opção de inversão de marcha seria<br />
demasiado arriscado, porque pura e<br />
simplesmente não havia espaço!<br />
Mas a pista não se manteve sempre<br />
nas alturas e a dado momento<br />
chegamos ao nível do rio fazendo-nos<br />
recordar as palavras do italiano “é no<br />
rio que estão os problemas”.<br />
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