Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

É por estas e outras razões, para
além da beleza paisagística do
país, que me levam à conclusão,
que o que para uns é sinal de
progresso, para outros é sinal de
abandono de valores culturais e
formas de viver. À semelhança do
resto de outras zonas de Africa,
aqui também já se percebeu há
bastante tempo a importância da
eletricidade em primeiro lugar e
das vias de comunicação em
segundo lugar ou vice-versa.
Raid Amezri – Uma história mal contada
A pista começa em Aghbalou e pode-se ver por onde irá a nova
estrada, graças a montes de pedra pintados de branco, sempre
acima da nossa cota. Neste processo haverá pessoas desalojadas
como podemos constatar pela visão bizarra e desconfortável das
casas assinaladas com cruzes e setas brancas, fazendo lembrar os
tempos da peste negra ou dos nazis. No entanto, perto destas
casas viam-se homens a construírem novas habitações, utilizando
materiais e máquinas modernas, nada que aparentasse um
trabalho meramente comunitário, mas sim a mão do estado, que
se nota um pouco por todo o lado a criar infraestruturas para
melhorar e manter as populações no seu local de origem, por
mais remoto que seja.
Para nós turistas é muito mais pitoresco e aventureiro
uma pista cheia de dificuldades e pernoitar num Gite
d’Etape, tendo para jantar uma Tagine de borrego
cozinhada na lenha e comida à luz das velas ou de um
candeeiro a petróleo. Mas para quem lá vive os
outros 364 dias do ano é mais confortável e seguro a
luz elétrica! E se pensarmos no doente ou ferido, que
tenha de ser transportado, seguramente que ninguém
poderá contestar as vantagens duma estrada de
alcatrão!
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