Raid Amezri – Uma história mal contada - TTVerde

A ideia transmitida por muitos, de que é
somente durante a caminhada que nos
envolvemos diretamente com o meio ambiente,
foi comprovada pelo que senti durante o tempo
em que acompanhei Karim. A beleza da
natureza desta garganta foi elevada, assumindo
outra dimensão e também a pista foi avaliada
de forma a absorver todos os detalhes.
Quando chegámos à ponte pedonal já tinha
passado da hora que tinha pré-determinado
para regressar. Nunca duvidei que viessem em
nosso socorro, mas continuava com a incerteza
de que nos iriam encontrar rapidamente.
Raid Amezri – Uma história mal contada
Já depois do Sol se pôr, decidi que devíamos enviar uma
mensagem para Portugal repetindo a nossa localização.
Podia ser que de lá sem os problemas de comunicações a
informação fosse de facto passada.
Depois de mais uma chamada do Lahcen, resolvi
retroceder novamente e com o Toni combinamos uma
comunicação com lanternas, para ele saber onde eu
estava e vice-versa, no entanto não foi necessário
porque vimos as luzes e ouvimos o ruído os dois em
simultâneo.
Ainda não tinha tido a confirmação que
tinham compreendido exatamente onde
estávamos e foi com estes pensamentos,
que iniciei o regresso, parando duas ou três
vezes para ajustar o atacador da bota
direita.
Mais para o fim resolvi marcar, com um pau
queimado que apanhei pelo caminho, em
duas rochas de superfície liza as palavras:
IRIKI e ZAGORA. Depois de passar pelo ponto
em que a pista estava destruída comecei a
simular uma pista com pedras amontoadas
da mesma forma como “eles” fazem.
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