Inspiração providencial - Acil
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JORNAL DA ACIL/Janeiro 2005<br />
"Democracia participativa deve prevalecer"<br />
Somar esforços para consolidar o eixo<br />
Londrina-Maringá como pólo de uma<br />
região de 4 milhões de habitantes significa<br />
uma estratégia de desenvolvimento com<br />
alcance de “um pequeno estado brasileiro”,<br />
de acordo com o professor de economia<br />
e diretor da Faculdade Nobel, de<br />
Maringá, João Celso Sordi. Além de coordenador<br />
técnico do Conselho de Desenvolvimento<br />
Econômico de Maringá<br />
(Codem), Sordi é representante da Associação<br />
Comercial e Empresarial de<br />
Maringá (ACIM) na diretoria executiva da<br />
Agência de Desenvolvimento Terra Roxa.<br />
“Atualmente, a sociedade só evolui se<br />
se organizar, o empresariado não deve<br />
pensar apenas no mercado local, há grandes<br />
oportunidades regionais”, defende o<br />
professor. “Associações, como essa, criam<br />
oportunidades para o empresário participar<br />
do processo de desenvolvimento:<br />
a democracia representativa está chegando<br />
ao final. Cada vez mais, passa a<br />
prevalecer a democracia participativa.”<br />
A seguir, os principais trechos da<br />
entrevista concedida ao Jornal da ACIL<br />
sobre o processo de integração do norte:<br />
Jornal da ACIL - Quando se espera<br />
obter os primeiros resultados do trabalho<br />
desenvolvido pela Agência?<br />
João Celso Sordi - O trabalho é de<br />
longo prazo. É preciso definir primeiro o<br />
que se quer, quais as atuações prioritárias,<br />
para agir sobre elas. O resultado leva<br />
algum tempo, é um trabalho que se inicia<br />
agora, mas não tem fim. Esperamos que<br />
em torno de uma geração haja reflexos<br />
bastante significativos no contexto da<br />
região de Londrina a Maringá.<br />
Jornal da ACIL - A Agência pretende<br />
atuar no apoio aos ramos empresariais<br />
que fazem parte do potencial de cada<br />
município. Não há risco de problemas entre<br />
as cidades que compartilham determinados<br />
setores industriais, como têxtil e de<br />
confecções, por exemplo?<br />
João Celso Sordi - Veja, é até bom<br />
que haja pontos comuns entre cidades,<br />
porque, para quem vai fazer investimento,<br />
há mais opções. De repente, dentro de<br />
um mesmo ramo de atividade, há demandas<br />
muito características que são<br />
atendidas por uma única cidade, então,<br />
no conjunto, há mais possibilidades de<br />
atender a necessidade de quem vai se<br />
instalar. Além disso, já estão definidos<br />
em nosso plano de trabalho os chamados<br />
mecanismos de compensação, de maneira<br />
que quando a Agência vai atuar por<br />
uma cidade - porque sob o ponto de vista<br />
dela aquela é a melhor oportunidade<br />
para determinado investimento – os outros<br />
municípios não vão brigar, porque<br />
estarão participando do resultado daquele<br />
empreendimento. É o mecanismo<br />
de compensação.<br />
Jornal da ACIL - Num processo de<br />
integração regional, cada município entra<br />
com um pouco do seu potencial e das suas<br />
qualidades econômicas, e tem a expectativa<br />
de obter algum tipo de retorno. O que<br />
Maringá tem a fornecer para os outros<br />
municípios e, por outro lado, o que espera<br />
receber?<br />
João Celso Sordi - Maringá pode<br />
contribuir de várias maneiras. Primeiro,<br />
por suas características, não tem praticamente<br />
área rural, só urbana, e enfrenta<br />
dificuldades para localização industrial,<br />
então muitas empresas podem se<br />
instalar em cidades próximas, utilizando<br />
a infra-estrutura, a parte de formação de<br />
recursos humanos, a disponibilidade de<br />
conhecimento tecnológico, entre outros,<br />
que Maringá tem. Esse tipo de contribuição,<br />
tanto Londrina quanto Maringá deverão<br />
dar a toda a região. E o que recebe?<br />
O empresário não deve pensar<br />
apenas no mercado local, mas também nas<br />
grandes oportunidades regionais<br />
Sabemos que Londrina e Maringá são os<br />
pólos, então qualquer empreendimento<br />
novo, num raio de 100 a 150 quilômetros,<br />
irá beneficiar diretamente essas duas<br />
cidades.<br />
Jornal da ACIL - A integração econômica<br />
da região norte pode reverter a contínua<br />
concentração de força econômica em<br />
Curitiba, nas últimas três décadas?<br />
João Celso Sordi - Eu acho que pode,<br />
porque nós temos um potencial muito<br />
grande que ainda não foi devidamente<br />
explorado. Somos uma região para a<br />
qual, infelizmente, os governos estadual<br />
e federal pouco olharam. Os programas<br />
federais de investimentos são definidos<br />
em cima da Região Metropolitana de<br />
Curitiba. É o tal negócio, quando há<br />
aglomeração urbana, se cria demanda; a<br />
demanda é atendida pelo governo e esse<br />
atendimento vai atrair novos agrupamentos,<br />
que vão gerar novas demandas.<br />
Precisamos quebrar esse círculo em torno<br />
apenas da capital, com organização,<br />
para fazer com que as demandas locais<br />
também sejam atendidas.<br />
(Fábio Cavazotti)