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Inspiração providencial - Acil

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16<br />

Gilberto Camargo,<br />

da Friends<br />

Alexandre Alves,<br />

do Pátio São Miguel<br />

público está querendo, se está gostando<br />

ou não”, diz Edmar.<br />

Outros que gostam do que fazem e<br />

sempre estiveram envolvidos no ramo<br />

são filhos de gente que já estava na<br />

noite. Jean de Souza Pêra é filho de José<br />

Pêra Neto e os dois administram o bar<br />

underground Armazém, aberto há 13<br />

anos e destinado ao público que gosta<br />

de rock e com apresentações de bandas<br />

locais e exibição de vídeos de shows<br />

internacionais, com mesas de sinuca e<br />

pimbolim. “Sempre esteve cheio aqui. E<br />

eu cresci neste meio. Não é algo que dê<br />

um retorno financeiro imediato, mas<br />

estamos há bastante tempo aí”, disse.<br />

Marlon Augusto Zanoni tinha oito anos<br />

quando o tio, Laerte, começou a vender<br />

gelo e carvão, em 1992. Logo depois, o tio<br />

ampliou o negócio e passou a fazer churrasco.<br />

Em 12 anos, o Gelobel se tornou<br />

uma das principais referências para quem<br />

busca comer e beber à noite com os amigos.<br />

Laerte foi assassinado durante um<br />

assalto perto de casa há quase dois anos<br />

e desde então o irmão, Odair, e o sobrinho<br />

cuidam do local. Há uma filial do Gelobel<br />

que é administrada pela viúva de Laerte,<br />

Maria Cristina. “Eu ajudo meu pai há<br />

quatro anos, sempre gostei daqui. É uma<br />

casa sempre movimentada e ajudo em<br />

tudo. Não fui forçado a nada, faço porque<br />

gosto”, afirma Marlon, enquanto coordena<br />

a equipe antes de abrir a casa para o<br />

público num sábado. Ele estava sozinho<br />

naquele dia, pois seu pai viajara.<br />

Os entrevistados reconheceram que<br />

muitas vezes o bar “ganha vida própria”,<br />

a tradição do nome e o boca-a-boca<br />

(principal forma de propaganda de uma<br />

casa noturna) dão tanta fama ao local,<br />

que as pessoas vão independente da<br />

estrutura.<br />

Lourival Brasil e a esposa Mara, há<br />

16 anos tocam o tradicional Bar Brasil,<br />

que desde sua fundação, na década de<br />

80, passou pelas mãos de quatro proprietários<br />

e várias reformas. “Quando chegamos<br />

aqui, havia apenas esta parte”,<br />

explica Lourival, apontando para uma<br />

área equivalente a um terço do bar. “Mas<br />

aí o lugar foi enchendo de jovens e<br />

precisamos ampliar.”<br />

O Bar Brasil, quem entra percebe, é<br />

Os locais preferidos pelos<br />

londrinenses são os bares. Por isso,<br />

há alguns que se tornaram tradicionais e<br />

se incorporaram à cultura da cidade<br />

um local que, mesmo depois de ampliado,<br />

se mantém apertado, quente e com<br />

certas curiosidades, como as caixas de<br />

ovos que fazem o revestimento acústico<br />

do ambiente. Mesmo assim, o bar é um<br />

sucesso, principalmente nas quartasfeiras<br />

e sábados. “Não sei porque começou<br />

a encher de jovens, depois que compramos<br />

aqui. A nossa intenção era fazer<br />

um bom bar. Antes eram mais aposentados<br />

e idosos e estava muito feio. Há<br />

uns 10 anos que isso aqui começou a<br />

virar point e aí não parou mais”, afirma<br />

o proprietário, acrescentando que nestes<br />

anos eles foram fazendo pequenas<br />

adaptações, como investir na transmissão<br />

de jogos de futebol nas noites de<br />

quarta e no final de semana e de DVDs<br />

musicais. “A tradição ajuda, mas o<br />

importante é a amizade que vamos<br />

fazendo com o tempo”, diz Lourival.<br />

Outro bar que não tem muita estrutura,<br />

que fica lotado e apertado mesmo<br />

sem receber tanta gente, mas que é<br />

bastante freqüentado é o Bar do Jota,<br />

localizado na rua João Cândido, quase<br />

esquina com a avenida JK. A atual proprietária,<br />

Maib Piassa das Neves, que<br />

antes trabalhou por 12 anos como garçonete<br />

do bar, conta com a ajuda de seu<br />

companheiro, Joaquim Biz, e de outros<br />

poucos funcionários para tocar o bar<br />

seis noites por semana. Enquanto Maib<br />

recebia o Jornal da ACIL, dois secretários<br />

municipais e outros dois membros do<br />

primeiro escalão da prefeitura de Londrina<br />

tomavam suas cervejas e conversavam<br />

animadamente com colegas. “O<br />

segredo aqui é não termos preconceitos<br />

contra ninguém. Somos bastante democráticos.<br />

Quem quiser vir aqui se divertir<br />

com amigos, tomar uma cerveja, jogar<br />

conversa fora, pode se sentar, não importa<br />

o que ele é, como se veste, ou que<br />

gosta. Só não pode importunar os outros”,<br />

resume a Maib.<br />

É necessário ser “da noite” para saber<br />

tocar um estabelecimento “da noite”?<br />

Valdomiro Chammé diz que ele e<br />

sua esposa, Rosangela, freqüentam o<br />

bar deles, o Valentino, de vez em quando,<br />

mas há quatro anos tem dormido<br />

cedo para cuidar da farmácia que mantém<br />

em sociedade com Rosângela. Foi<br />

naquela época que ele passou a admi-<br />

JORNAL DA ACIL/Janeiro 2005<br />

nistrar o bar durante o dia, deixando a<br />

noite para dois garçons antigos que se<br />

tornaram sócios.<br />

Tirando os dez anos que ficou com a<br />

esposa cuidando integralmente do<br />

Valentino, nunca havia se envolvido com<br />

a noite como empresário ou funcionário.<br />

“O Valentino tem vida própria e isso<br />

é muito interessante. As mudanças, o<br />

ritmo de funcionamento quem determina<br />

é o público e mais importante do que<br />

qualquer coisa, para o sucesso de um<br />

lugar como este é preciso essa interação<br />

entre o público e o lugar”, comenta<br />

Chammé.<br />

Lourival Brasil,<br />

do Bar Brasil<br />

Osmaldo Bueno de<br />

Oliveira, do Pau Brasil

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