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de poder independente daquele que o exerce enfim, que os detentos se<br />

encontrem presos numa situação de poder de que eles mesmos são os<br />

portadores (FOUCAULT, 2006, p. 166).<br />

A partir daqui, Mathiesen vê e descreve um novo regime, o sinóptico, onde<br />

muitos podendo vigiar e controlar poucos, seguindo os princípios soberanos, de muitos<br />

cuidarem de poucos, com a diferença de que, agora, não precisamos do espaço físico<br />

localizado, tanto o alvo quanto o controle estão em constante movimento, chega o fim<br />

das estruturas necessárias para o controle e nasce o poder a partir do controle virtual.<br />

A indução e efetivação do poder por esta nova ordem, o panóptico,<br />

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devia ser visível e inverificável... na torre central, vê tudo, sem nunca<br />

ser visto... pouco importa, conseqüentemente, quem exerce o poder...<br />

é uma máquina maravilhosa que, a partir dos desejos mais diversos,<br />

fabrica efeitos homogêneos de poder... uma sujeição real nasce<br />

mecanicamente de uma relação fictícia. De modo que não é necessário<br />

recorrer à força para obrigar o condenado ao bom comportamento, o<br />

louco à calma, o operário ao trabalho, o escolar à aplicação...<br />

(FOUCAULT, 2006, p. 167).<br />

A partir da constituição do panóptico para domínio das massas, este constrói<br />

uma imagem real de um indivíduo perfeito dentro do sistema disciplinar, sendo que não<br />

é preciso mais imprimir a força sobre o corpo para obter bons resultados. Deixa para<br />

trás o princípio da força e punição no poder soberano e os mecanismos disciplinares da<br />

sociedade disciplinar e ganha corpo uma nova ordem, a do controle “fictício” (produzir<br />

a sensação de vigilância constante, como no panóptico), produzindo uma realidade<br />

quase imaginária nos detentos.<br />

O poder é tal que:<br />

o panóptico é um zoológico real; o animal é substituído pelo homem,<br />

à distribuição individual pelo agrupamento específico e o rei pela<br />

maquinaria de um poder furtivo... pode ser utilizado como máquina de<br />

fazer experiências, modificar o comportamento, treinar ou retreinar os<br />

indivíduos. Experimentar remédios e verificar seus efeitos... é um<br />

local privilegiado para tornar possível a experiência com homens, e<br />

para analisar com toda a certeza as transformações que se pode obter<br />

neles... funciona como uma espécie de laboratório do poder<br />

(FOUCAULT, 2006, p. 168-169).<br />

Mais do que um laboratório, produz-se aí um novo indivíduo, moldável,<br />

modelável e identificável em qualquer lugar. Podemos identificar as novas formas de

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