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pasmo. Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça<br />

daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e<br />

exemplo dos que a vissem (AMADO e ANZAI, 2006, p. 140).<br />

Por este relato, assim como vimos anteriormente na pagina 55, sobre o<br />

quilombo do piolho, ressaltamos a verificabilidade de um “mosaico” da relação de força<br />

em Vila Bela, ora apresentando o poder soberano pela sociedade do espetáculo, em uma<br />

sociedade disciplinar, e vice-versa, e em outros momentos o poder disciplinar em<br />

sociedades de controle e vice-versa, bem como práticas soberanas ou de outra natureza<br />

em épocas distintas da que foi outrora.<br />

4. ADEUS AO TERRITÓRIO<br />

Produzir o novo é inventar novos desejos e<br />

novas crenças, novas associações e novas<br />

formas de cooperação. Todos e qualquer um<br />

inventam, na densidade social da cidade, na<br />

conversa, nos costumes, no lazer – novos<br />

desejos e novas crenças, novas associações e<br />

novas formas de cooperação. A invenção não<br />

é prerrogativa dos grandes gênios, nem<br />

monopólio da indústria ou da ciência, ela é a<br />

potência do homem comum (PELBART,<br />

2003, p. 23)<br />

“Território aqui é, antes de tudo, um território simbólico, ou um espaço de<br />

referência para a construção de identidades” (COSTA, 2007, p. 35). Perder seu território<br />

significa se desterritorializar e não perder uma identidade, mas sim enfraquecer uma<br />

cultura. Após varias transformações territoriais, os remanescentes quilombolas lutam<br />

por um espaço, que julgam pertencer a eles, tendo em vista que:<br />

em 18 de setembro de 1789 se publicou um bando no qual ordenou<br />

Ilustríssimo e Excelentíssimo senhor general que todas as pessoas que<br />

tivessem sesmarias concedidas as apresentassem para se registrarem<br />

nas Câmeras respectivas deste governo, no termo de seis meses, [com]<br />

pena de ficarem sem vigor (AMADO e ANZAI, 2006, p. 281).<br />

Logo, estas terras, concedidas na forma de sesmarias, após seu abandono por<br />

parte dos brancos por por mais de cem anos, foram através de seu uso (para o plantio,

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