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p.80-81) 27 , mas a situação só terá notificação por parte da coroa espanhola que perdia<br />
espaço, no tratado de Madri, em 1750 (BANDEIRA, 1988, p.80) toda esta questão de<br />
territórios e fronteiras; tem-se um último registro, agora com a República Brasileira e a<br />
Bolívia, em “1972 houve o último tratado de limite, traçaram mapas, território bem<br />
definido, Nova Fortuna era Bolívia, hoje é Brasil” (ENTREVISTADO B., 2009).<br />
Percebemos que o território de Vila Bela sempre esteve em um constante<br />
“devir”, uma constante desterritorialização:<br />
60<br />
Deleuze e Guattari, Doel vê o espaço como algo sempre em processo,<br />
um permanente “tornar-se” (ou “devir”, segundo a tradução<br />
brasileira)... “se algo existe, é apenas enquanto confluência,<br />
interrupção e coagulação de fluxos”... não há “última instância” ou<br />
estrutura primeira... o espaço é, antes de tudo, um processo, uma<br />
espacialização (COSTA, 2007, p. 105).<br />
O primeiro movimento, que se dá pela relação de forças, de uma organização<br />
territorial, acontece em 1743, quando por uma provisão régia institui a criação de Vila<br />
Bela da Santíssima Trindade, tendo como seu fundador e primeiro governador D.<br />
Antônio Rolim de Moura (Bandeira, 1988, p. 50), o então novo território da coroa<br />
portuguesa é esquadrinhado a partir dos princípios disciplinares de que fala Foucault<br />
(verificar mapas em anexo): a cidade é desenhada para atender demandas sociais,<br />
políticas e econômicas; estabelecida como um forte mecanismo de defesa, tanto<br />
territorial (mesmo estando além da linha de fronteira estabelecida pelo tratado de<br />
Madri), quanto econômico e político, uma vez que os capitães generais tinham o dever<br />
de cuidar das boas relações sociais e da extração do ouro.<br />
Seguindo o raciocínio que Costa nos apresenta, referente ao território, a partir<br />
de uma análise bibliográfica, temos que:<br />
Segundo Moraes (2000:19), “na ótica ratzeliana [Friedrich Ratzel], o<br />
território é um espaço qualitativo pelo domínio de um grupo humano,<br />
sendo definido pelo controle político de um dado âmbito espacial.<br />
Segundo ele, no mundo moderno constituem áreas de dominação<br />
„estatal‟ e, mais recentemente, „estatal nacional‟” (COSTA, 2007, p.<br />
62).<br />
27 Cabe ressaltar que os capitães do mato não tinham o objetivo de fazer picadas e sim de capturar<br />
escravos fugidos.