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É a partir deste ato, que podemos considerar o primeiro passo dos quilombolas<br />

vilabelenses para uma reterritorialização de seu espaço, fica mais evidente de que<br />

estamos a todo tempo transitando de um espaço a outro, não sendo necessária<br />

delimitação de tempo (cronológico).<br />

A produção de novos espaços e esta transição esta relacionada intensidade com<br />

que uma ação pode influenciar a outra. Por exemplo, o ribeirinho ao sair de suas terras<br />

para ocupação dos latifundiários; ir para a cidade e agora, esperançosos de que<br />

voltarão a suas terras, estão constantemente produzindo espaços e marcando<br />

territórios. Uma relação de poder, sempre condicionada a um processo disciplinar, que<br />

age ora pelo poder soberano, ora pelo poder disciplinar, e ora pelo poder de controle.<br />

Todo este “devir” territorial, pode ser entendido a partir dos conceitos de<br />

espaço liso e estriado de Deleuze e Guattari (1997, p. 195). Para esses autores o espaço<br />

liso é identificado como espaço nômade, como o espaço onde se desenvolve a máquina<br />

de guerra. Por seu turno, o espaço estriado é considerado como o espaço sedentário, o<br />

espaço instituído pelo aparelho de Estado. Assim, “todo progresso se faz por e no<br />

espaço estriado, mas é o espaço liso que se produz todo devir”, o espaço estriado é<br />

entendido como “limitado e limitante, suas atribuições são constantes, modulares e<br />

divisíveis por fronteiras. No estriado o movimento se dá funcionalmente” (Deleuze e<br />

Guattari, 1997, p. 184). Podemos perceber aqui, o estriado como um fator que marca os<br />

limites da desterritorialização de um indivíduo, sempre tutelado pela ação do controle<br />

contínuo.<br />

Já o espaço liso “é marcado pelos rastros que se apagam e se deslocam durante<br />

o fluxo. A variação, a polivocidade, a diversidade de direções são características do<br />

espaço liso” (Deleuze e Guattari, 1997, p. 184), é neste espaço que o indivíduo pode<br />

ocupar e desocupar territórios, que pode atuar como um nômade, em constante ação. Os<br />

espaços lisos e estriados agem como vigias um do outro, pois estão em constante “vir-a-<br />

ser” uns e outros, ou seja, o liso se transfigura em estriado e vice-versa.<br />

Na definição destes espaços, entende-se:<br />

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o espaço liso não pára de ser traduzido, transvertido num espaço<br />

estriado; o espaço estriado é constantemente revertido, devolvido a um<br />

espaço liso. Num caso organiza-se até mesmo o deserto; no outro, o<br />

deserto se propaga e cresce; e os dois ao mesmo tempo (DELEUZE e<br />

GUATTARI, 1997, p. 180).

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