14.06.2013 Views

TV e educação: capíTuloS de uma hiSTória - TV Brasil

TV e educação: capíTuloS de uma hiSTória - TV Brasil

TV e educação: capíTuloS de uma hiSTória - TV Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(como o Estado), os costumes diante da<br />

morte, a guerra, o trabalho, as ciências,<br />

a filosofia, as artes, os jogos, as festas,<br />

os tribunais, as relações amorosas, as<br />

diferenças sexuais e étnicas, tudo isso<br />

constitui a Cultura como invenção da<br />

relação com o Outro" 2 .<br />

o conceITo <strong>de</strong> bIos MIdIáTIco:<br />

(…) mídia não como transmissor <strong>de</strong> informa-<br />

ção mas mídia como ambiência, como <strong>uma</strong><br />

forma <strong>de</strong> vida. Mídia como o que o Aristóte-<br />

les chama <strong>de</strong> bios - isto é, a cida<strong>de</strong> investi-<br />

da politicamente. É a sociabilida<strong>de</strong> da polis.<br />

Não é carne, o que chamamos <strong>de</strong> biológico<br />

hoje. Aristóteles fala <strong>de</strong> três bios: do conhe-<br />

cimento, do prazer e da política. Eu <strong>de</strong>screvo<br />

a mídia como o quarto bios, que é o bios mi-<br />

diático, virtual. Da vida como espectro, da<br />

vida como quase presença das coisas. É real,<br />

tudo que se passa ali é real, mas não da mes-<br />

ma or<strong>de</strong>m da realida<strong>de</strong> das coisas 3 .<br />

São os conceitos <strong>de</strong> base para a nossa reflexão<br />

compartilhada. A cultura, no plural, como<br />

história, logo em movimento e em transfor-<br />

mação e criação <strong>de</strong> existências, e o virtual<br />

como real, como quase presença, como algo<br />

que produz vida e interfere na realida<strong>de</strong>, pois<br />

muitas vezes assume o caráter <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. O<br />

que é produzido pela televisão é real, embora<br />

um real virtual, um real quase realida<strong>de</strong>, um<br />

real produzido na relação com o(a) Outro (a),<br />

um real que produz existências.<br />

Em outras palavras, as questões das múl-<br />

tiplas culturas, das diferenças, por serem<br />

históricas, políticas, econômicas, religiosas,<br />

artísticas, intelectuais e sociais, ainda terão<br />

vida longa. Se, por um lado, vimos um forte<br />

movimento tirando um grupo h<strong>uma</strong>no do<br />

foco hegemônico, grupo que teve por um<br />

longo período sua imagem reinando abso-<br />

luta como imagem padrão, por outro lado,<br />

vimos alg<strong>uma</strong>s significativas permanências<br />

<strong>de</strong>stas imagens nos cenários hegemônicos<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

Antes <strong>de</strong> mergulharmos um pouco mais nes-<br />

ta reflexão, como cotidianista que preten<strong>de</strong>-<br />

mos ser, sugiro um pequeno exercício <strong>de</strong> ob-<br />

servação, <strong>de</strong> olhar imagens h<strong>uma</strong>nas:<br />

1) Vá a <strong>uma</strong> banca <strong>de</strong> revistas para obser-<br />

var as imagens nas capas das revistas.<br />

Se possível, faça um pequeno levan-<br />

tamento estatístico. O que você vê?<br />

Quais pessoas estão nestas revistas?<br />

Qual o perfil físico, etário, étnico, <strong>de</strong><br />

gênero etc. <strong>de</strong>ssas pessoas?<br />

2) No seu trajeto – <strong>de</strong> casa para qualquer<br />

local – observe se há um outdoor e<br />

2 CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. p.295.<br />

3 http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista9/entrevista%209-1.htm em 31.7.09<br />

35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!