TV e educação: capíTuloS de uma hiSTória - TV Brasil
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A imagem mostrada na página 37 é para ser<br />
lida e comentada, por seu caráter atual e<br />
por ter sido veiculada num canal <strong>de</strong> televi-<br />
são, em outubro <strong>de</strong> 2011.<br />
MAIs quesTões...<br />
Felizmente, estamos num momento históri-<br />
co <strong>de</strong> reflexões e tentativas <strong>de</strong> romper hege-<br />
monias e exclusões e dar visibilida<strong>de</strong> à nossa<br />
diversida<strong>de</strong> étnico-racial em todos os espa-<br />
ços sociais. E na mídia, na televisão, não é<br />
diferente. Temos inúmeros exemplos <strong>de</strong> tra-<br />
balhos na televisão, no sentido <strong>de</strong> proble-<br />
matizar a exclusão <strong>de</strong> grupos h<strong>uma</strong>nos <strong>de</strong><br />
<strong>uma</strong> visibilida<strong>de</strong> positiva: séries e especiais<br />
do programa Salto para o Futuro, o Projeto A<br />
Cor da Cultura, do Canal Futura, o Programa<br />
Especial da <strong>TV</strong> <strong>Brasil</strong>... Temos alguns exem-<br />
plos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s-hierarquização <strong>de</strong> imagens, <strong>de</strong><br />
culturas <strong>de</strong> pessoas na televisão brasileira.<br />
Mas, lamentavelmente, acho que conectar<br />
nossa televisão com o racismo não é algo<br />
absurdo.<br />
Não é redundância dizer que a televisão é<br />
feita por seres h<strong>uma</strong>nos e para seres h<strong>uma</strong>-<br />
nos e seres h<strong>uma</strong>nos estão imersos num<br />
universo cultural, logo, imersos nas tramas<br />
sociais do seu tempo. Sendo assim, <strong>uma</strong> so-<br />
cieda<strong>de</strong> racista, machista, exclu<strong>de</strong>nte tem<br />
<strong>uma</strong> televisão neste contexto. Felizmente,<br />
o paradoxo, a diversida<strong>de</strong>, a diferença tam-<br />
7 http://www.netmarkt.com.br/frases/nelsonman<strong>de</strong>la.html<br />
bém fazem parte da nossa socieda<strong>de</strong>. E nos-<br />
sa televisão, ainda que muito aquém do ne-<br />
cessário, cria e recria outras possibilida<strong>de</strong>s<br />
além do racismo e da hierarquização das<br />
diferenças h<strong>uma</strong>nas.<br />
E como educadoras e educadores no seu<br />
sentido amplo, como po<strong>de</strong>mos fazer?<br />
Respostas são nossos <strong>de</strong>safios. Além da con-<br />
vicção <strong>de</strong> que apren<strong>de</strong>r a reler o mundo é<br />
<strong>uma</strong> boa pista, temos outras como: apren-<br />
<strong>de</strong>r e praticar a ação <strong>de</strong> ver beleza on<strong>de</strong><br />
antes sequer víamos existência; apren<strong>de</strong>r e<br />
praticar a ação <strong>de</strong> criticar o que é visto e<br />
apresentado na televisão; apren<strong>de</strong>r e pra-<br />
ticar a ação <strong>de</strong> produzir imagens coletiva-<br />
mente; apren<strong>de</strong>r e praticar o ato <strong>de</strong> fazer<br />
excursões <strong>de</strong> olhar o mundo... Deixo outra<br />
pista, anunciada por Nelson Man<strong>de</strong>la:<br />
Ninguém nasce odiando outra pessoa<br />
pela cor <strong>de</strong> sua pele, por sua origem ou<br />
ainda por sua religião. Para odiar, as<br />
pessoas precisam apren<strong>de</strong>r e, se po<strong>de</strong>m<br />
apren<strong>de</strong>r a odiar, po<strong>de</strong>m ser ensinadas<br />
a amar 7 .<br />
Com o olhar <strong>de</strong> professora e, mais amplia-<br />
damente, <strong>de</strong> educadora em constante for-<br />
mação, pois o processo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r não<br />
para, e ainda com um forte sentimento <strong>de</strong><br />
perplexida<strong>de</strong> diante do trajeto pendular em<br />
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