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Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br

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que o chá patrocinasse uma o<strong>br</strong>a <strong>do</strong> porte <strong>do</strong> <strong>Casarão</strong>? Como<<strong>br</strong> />

traduzir a construção desta evidente reminiscência<<strong>br</strong> />

nipônica no contexto político da segunda metade <strong>do</strong>s anos<<strong>br</strong> />

30 no Brasil, quan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> Novo estabeleceu sérias restrições<<strong>br</strong> />

às atividades de estrangeiros, através de medidas de<<strong>br</strong> />

caráter nacionalista? Responder a estas e outras indagações<<strong>br</strong> />

que surgiram no decorrer das pesquisas deman<strong>do</strong>u buscas<<strong>br</strong> />

nas fontes tradicionais de informação, procuran<strong>do</strong> esclarecer<<strong>br</strong> />

na bibliografia relacionada <strong>com</strong> a imigração japonesa o<<strong>br</strong> />

contexto geral da vinda <strong>do</strong>s nipônicos para o Brasil e, em<<strong>br</strong> />

particular, o seu deslocamento para a região de Mogi das<<strong>br</strong> />

Cruzes.<<strong>br</strong> />

Por outro la<strong>do</strong>, para a <strong>com</strong>preensão <strong>do</strong> programa arquitetônico<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> <strong>Casarão</strong> foi necessário conhecer as fases <strong>do</strong> processo<<strong>br</strong> />

produtivo <strong>do</strong> chá — <strong>do</strong> cultivo ao beneficiamento —,<<strong>br</strong> />

toman<strong>do</strong>-se <strong>com</strong>o parâmetro as informações existentes so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

essa cultura em Registro.<<strong>br</strong> />

Foi preciso também estudar a arquitetura japonesa para que<<strong>br</strong> />

se pudesse estabelecer referências entre o <strong>Casarão</strong> e as possíveis<<strong>br</strong> />

matrizes formais, sem abstrair <strong>do</strong> contexto da arquitetura<<strong>br</strong> />

rural paulista e de outras possíveis manifestações de<<strong>br</strong> />

arquitetura <strong>do</strong> imigrante japonês. Diante da <strong>com</strong>plexidade<<strong>br</strong> />

desse exemplar foi indispensável a realização de levantamentos<<strong>br</strong> />

métricos, a interpretação da <strong>do</strong>cumentação fotográfica e<<strong>br</strong> />

a análise <strong>com</strong>parativa <strong>com</strong> outros exemplares para que fosse<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>preendi<strong>do</strong> e avalia<strong>do</strong> da maneira mais a<strong>br</strong>angente possível.<<strong>br</strong> />

Recuperar a especificidade da construção <strong>do</strong> <strong>Casarão</strong> <strong>do</strong> <strong>Chá</strong><<strong>br</strong> />

implicou, ademais, em colher depoimentos das pessoas que<<strong>br</strong> />

participaram ou se relacionaram de alguma forma <strong>com</strong> o empreendimento:<<strong>br</strong> />

a filha <strong>do</strong> construtor, Amélia Tamie Inose; o<<strong>br</strong> />

filho <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r da fazenda onde se construiu o edifício,<<strong>br</strong> />

Toshio Furihata; o genro <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r, Torao<<strong>br</strong> />

Sasaki; o ex-redator e ex-diretor da revista Brasil Agrícola,<<strong>br</strong> />

Tsunezo Sato e o atual proprietário <strong>do</strong> <strong>Casarão</strong>, Sethiro<<strong>br</strong> />

Namie. Além destes, foram entrevista<strong>do</strong>s, recentemente, a<<strong>br</strong> />

esposa e duas filhas <strong>do</strong> construtor, Toko Hanaoka, Sumie<<strong>br</strong> />

Terahara e Mitie Takao, e um de seus auxiliares, Goro<<strong>br</strong> />

Urushibata.<<strong>br</strong> />

Resgatar alguns <strong>do</strong>s aspectos acima menciona<strong>do</strong>s vem de encontro<<strong>br</strong> />

ao reconhecimento da contribuição de um contingente<<strong>br</strong> />

étnico cuja presença e atuação denota, mediante<<strong>br</strong> />

manifestações incorporadas ao cotidiano paulista, a<<strong>br</strong> />

heterogeneidade de referências culturais que conformou e<<strong>br</strong> />

conforma a nossa formação social, evidencian<strong>do</strong> dessa<<strong>br</strong> />

maneira uma paisagem plena de diversidade. Diversidade<<strong>br</strong> />

cultural cujos testemunhos constituem o objeto da ação<<strong>br</strong> />

deste CONDEPHAAT.<<strong>br</strong> />

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