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Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br

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14<<strong>br</strong> />

Formação de um grupo denomina<strong>do</strong> de "vitoristas"<<strong>br</strong> />

(Kachigumi) que, na defesa intransigente da superioridade<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> Japão, manifestavam-se contra os conterrâneos<<strong>br</strong> />

que ousavam assumir uma atitude contrária,<<strong>br</strong> />

acusan<strong>do</strong>-os, portanto de "derrotistas"<<strong>br</strong> />

(Makegumi) e colabora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s inimigos de sua<<strong>br</strong> />

pátria. Os "vitoristas" foram responsáveis por<<strong>br</strong> />

diversos atos de terrorismo e assassinatos pratica<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

contra mem<strong>br</strong>os da colônia japonesa logo após o<<strong>br</strong> />

término da II Guerra.<<strong>br</strong> />

Imigrantes japoneses no convés <strong>do</strong> navio "LaPlata<<strong>br</strong> />

Maru ", que partiu de Kobe a 18 de a<strong>br</strong>il e chegou a<<strong>br</strong> />

Santos a 1º de junho de 1929. Foto Kazuo Hanaoka,<<strong>br</strong> />

cedida por Toko Hanaoka.<<strong>br</strong> />

cas entre o Brasil e o Japão (1942), os imigrantes japoneses<<strong>br</strong> />

sofreram, durante o perío<strong>do</strong> da II Guerra, cerceamento da<<strong>br</strong> />

liberdade de lo<strong>com</strong>oção, congelamento e confisco de bens,<<strong>br</strong> />

confinamento parcial das áreas de residência, fechamento<<strong>br</strong> />

de associações, remoção de grupos inteiros e numerosas prisões<<strong>br</strong> />

sob varia<strong>do</strong>s pretextos.<<strong>br</strong> />

Estas medidas causaram no interior da colônia japonesa um<<strong>br</strong> />

clima de desorientação política, bastante propício ao surgimento<<strong>br</strong> />

de graves conflitos internos 8 , que se tornaram mais<<strong>br</strong> />

violentos na medida em que os japoneses aqui radica<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

viram-se o<strong>br</strong>iga<strong>do</strong>s a redirecionar seus objetivos. Neste momento,<<strong>br</strong> />

mais da metade <strong>do</strong>s agricultores nipônicos já tinha<<strong>br</strong> />

alcança<strong>do</strong> a condição de proprietário, assim <strong>com</strong>o muitos<<strong>br</strong> />

filhos de imigrantes haviam assimila<strong>do</strong> alguns aspectos da<<strong>br</strong> />

cultura <strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

Estes fatores, alia<strong>do</strong>s à situação de isolamento a que ficaram<<strong>br</strong> />

reduzi<strong>do</strong>s em relação à sua pátria — as relações<<strong>br</strong> />

diplomáticas foram restabelecidas somente em 1951 — e<<strong>br</strong> />

internamente, em função das citadas medidas restritivas,<<strong>br</strong> />

conduziram os japoneses a reorganizarem suas <strong>com</strong>unidades<<strong>br</strong> />

em uma base mais autônoma, modifican<strong>do</strong> o objetivo<<strong>br</strong> />

inicial da permanência temporária para um plano de<<strong>br</strong> />

atividades a longo prazo.<<strong>br</strong> />

Esse perío<strong>do</strong> — apesar da reduzida entrada de imigrantes<<strong>br</strong> />

— foi extremamente significativo para o processo de assimilação<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong>s japoneses ao universo cultural <strong>br</strong>asileiro. A renúncia<<strong>br</strong> />

ao sonho de retorno ao Japão representou o aban<strong>do</strong>no<<strong>br</strong> />

de diversas referências culturais de origem, e a busca,<<strong>br</strong> />

nesse novo universo, de uma outra perspectiva para sua vida<<strong>br</strong> />

futura: já não se tratava, agora, de aceitar os novos hábitos<<strong>br</strong> />

e valores apenas para evitar a discriminação, mas <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

forma de integração definitiva à sociedade <strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

Diante dessa situação política extremamente conturbada, algumas<<strong>br</strong> />

famílias japonesas deslocaram-se para outras áreas,<<strong>br</strong> />

no intuito de nelas concretizarem seus planos de permanência<<strong>br</strong> />

definitiva no Brasil. Mogi das Cruzes foi uma dessas<<strong>br</strong> />

áreas escolhidas, em função da presença de vários núcleos<<strong>br</strong> />

de imigrantes, e pela potencialidade econômica de seu<<strong>br</strong> />

setor agrícola. Esse foi apenas um <strong>do</strong>s aspectos que<<strong>br</strong> />

contribuíram para o crescimento da colônia nipônica nesse<<strong>br</strong> />

município no pós-guerra.<<strong>br</strong> />

Na realidade, a concentração japonesa em Mogi das Cruzes,<<strong>br</strong> />

voltada para a produção hortifrutigranjeira, esteve intimamente<<strong>br</strong> />

relacionada à crescente industrialização e urbanização<<strong>br</strong> />

da metrópole paulistana e <strong>do</strong>s municípios vizinhos,<<strong>br</strong> />

ao aumento da demanda de abastecimento exigida pela expansão<<strong>br</strong> />

demográfica e à modificação <strong>do</strong>s hábitos<<strong>br</strong> />

alimentares dessa população. Outro fator para o<<strong>br</strong> />

desenvolvimento des-

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