Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br
Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br
Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
tituí<strong>do</strong> por um ambiente retangular (8,20 m x 28,30 m) e uma<<strong>br</strong> />
área menor (2,45 m x 6,85 m), sem nenhuma divisória, <strong>com</strong> piso<<strong>br</strong> />
assoalha<strong>do</strong> e cobertura em telha vã. Esse ambiente apresenta<<strong>br</strong> />
uma seqüência de janelas, moduladas de acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a estrutura,<<strong>br</strong> />
que propiciam condições favoráveis de ventilação. Nesta fase, os<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>otos, imediatamente após a colheita, eram transporta<strong>do</strong>s em<<strong>br</strong> />
balaios para esse pavimento, onde eram deposita<strong>do</strong>s na área<<strong>br</strong> />
menor, à direita da escada de acesso. As folhas eram espalhadas<<strong>br</strong> />
manualmente pelos emprega<strong>do</strong>s da Fá<strong>br</strong>ica so<strong>br</strong>e redes de teci<strong>do</strong>,<<strong>br</strong> />
onde descansavam normalmente por 24 horas, poden<strong>do</strong> aí<<strong>br</strong> />
permanecerem até 3 dias, em perío<strong>do</strong>s de chuva.<<strong>br</strong> />
Conjuntos de aproximadamente 10 redes eram coloca<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
transversalmente nesse pavimento e provi<strong>do</strong>s de um sistema de<<strong>br</strong> />
roldanas que os inclinava, <strong>com</strong> o objetivo de lançar as folhas já<<strong>br</strong> />
murchas ao chão. A seguir os <strong>br</strong>otos eram varri<strong>do</strong>s e<<strong>br</strong> />
transferi<strong>do</strong>s para o piso térreo através de um tubo de teci<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
adapta<strong>do</strong> ao alçapão localiza<strong>do</strong> à esquerda da escada de acesso.<<strong>br</strong> />
Havia necessidade, portanto, de espaços grandes e bem ventila<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
para que essas redes fossem estiradas e as folhas<<strong>br</strong> />
desidratadas, assim <strong>com</strong>o, de limpeza constante <strong>do</strong> assoalho.<<strong>br</strong> />
Pesquisou-se uma possível transposição para o <strong>Casarão</strong> <strong>do</strong> <strong>Chá</strong><<strong>br</strong> />
da organização espacial <strong>do</strong> beneficiamento a<strong>do</strong>tada nas fá<strong>br</strong>icas<<strong>br</strong> />
japonesas. Segun<strong>do</strong> depoimento de Goro Urushibata, um <strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
auxiliares de Hanaoka, na Província de Shizuoka, as grandes<<strong>br</strong> />
fá<strong>br</strong>icas onde se beneficiava o chá verde funcionavam em<<strong>br</strong> />
construções de um único pavimento. Em 1934/35, quan<strong>do</strong> se<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>eçou a produzir chá preto, foram construí<strong>do</strong>s edifícios <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
<strong>do</strong>is pavimentos: no térreo depositavam-se as folhas colhidas e<<strong>br</strong> />
no andar superior processava-se a desidratação. Para evitar a<<strong>br</strong> />
trepidação, o maquinário era instala<strong>do</strong> em outro edifício.<<strong>br</strong> />
Ao contrário <strong>do</strong> Japão, as fá<strong>br</strong>icas de chá preto situadas nas<<strong>br</strong> />
áreas produtoras <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Ribeira assim <strong>com</strong>o a de Tekuji<<strong>br</strong> />
Abe em Caputera, Mogi das Cruzes, possuem dimensões<<strong>br</strong> />
menores e são constituídas de um único edifício, <strong>com</strong> <strong>do</strong>is<<strong>br</strong> />
pavimentos. O andar superior apresenta uso semelhante ao<<strong>br</strong> />
<strong>Casarão</strong> 12 .<<strong>br</strong> />
Todas as fases subseqüentes <strong>do</strong> processo de beneficiamento <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
chá preto efetuadas no <strong>Casarão</strong> ocorriam no térreo. Este<<strong>br</strong> />
pavimento corresponde a uma planta retangular de 15,10 m x<<strong>br</strong> />
35,20 m e é subdividi<strong>do</strong> basicamente em duas áreas: na primeira<<strong>br</strong> />
concentravam-se a maioria das fases de beneficiamento e na<<strong>br</strong> />
segunda, menor, o produto era deposita<strong>do</strong> e embala<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
A segunda fase, o rolamento, é essencial para o apuro <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
23<<strong>br</strong> />
Processo de desidratação em uma fá<strong>br</strong>ica de chá de<<strong>br</strong> />
Registro. 1952. No <strong>Casarão</strong>, a<strong>do</strong>tava-se sistema semelhante.<<strong>br</strong> />
Foto da D.P.A. da Secretaria da Agricultura<<strong>br</strong> />
in ALMEIDA, V.U. Condições de vida <strong>do</strong> pequeno<<strong>br</strong> />
agricultor no município de Registro.<<strong>br</strong> />
12. PETRONE, Pasquale. A baixada <strong>do</strong> Ribeira. Estu<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
de geografia urbana. São Paulo, FFCLUSP, p.188. Informações<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a fá<strong>br</strong>ica de chá em Caputera foram<<strong>br</strong> />
obtidas <strong>com</strong> G. Urushibata, emprega<strong>do</strong> desse estabelecimento<<strong>br</strong> />
no final da década de 30 e início <strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
anos 40. Antes de emigrar para o Brasil, havia trabalha<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
em uma grande fá<strong>br</strong>ica de chá, na Província<<strong>br</strong> />
de Shizuoka.