Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br
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oeste e <strong>do</strong> Rio Grande. A to<strong>do</strong>s dizia ser Mogi terra livre<<strong>br</strong> />
de <strong>do</strong>enças, por seu clima e altitude — 700 m acima <strong>do</strong> nível<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong> mar 5 .<<strong>br</strong> />
Na década de 30, o processo de formação da colônia japonesa<<strong>br</strong> />
em Mogi das Cruzes intensificou-se <strong>com</strong> a vinda de<<strong>br</strong> />
imigrantes provenientes das áreas de cultivo de batatinha<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o Cotia, Mairiporã e Taipas e <strong>com</strong> o deslocamento de<<strong>br</strong> />
colonos e arrendatários das terras de café e de cultura de<<strong>br</strong> />
cereais, que adquiriram nesse município pequenas glebas<<strong>br</strong> />
(quatro a cinco hectares) para o plantio de verduras e frutas.<<strong>br</strong> />
Fixaram-se também em Mogi lavra<strong>do</strong>res vin<strong>do</strong>s diretamente<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong> Japão, embora em menor número. Entre estes se<<strong>br</strong> />
encontra o arquiteto-carpinteiro Kazuo Hanaoka, construtor<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong> <strong>Casarão</strong> <strong>do</strong> <strong>Chá</strong>.<<strong>br</strong> />
Por conseguinte, concentraram-se em Mogi das Cruzes principalmente<<strong>br</strong> />
os japoneses que imigraram durante o primeiro<<strong>br</strong> />
perío<strong>do</strong>, apesar de já estar em curso o segun<strong>do</strong> momento da<<strong>br</strong> />
imigração japonesa para o Esta<strong>do</strong> de São Paulo (1926/41).<<strong>br</strong> />
Esse perío<strong>do</strong> caracterizou-se pela vinda de imigrantes po<strong>br</strong>es<<strong>br</strong> />
subvenciona<strong>do</strong>s integralmente pelo governo nipônico,<<strong>br</strong> />
e de coloniza<strong>do</strong>res-proprietários <strong>com</strong> recursos para os núcleos<<strong>br</strong> />
agrícolas organiza<strong>do</strong>s pela BRATAC 6 . O apoio governamental<<strong>br</strong> />
japonês a estes núcleos deve ter contribuí<strong>do</strong> para<<strong>br</strong> />
diminuir a mobilidade <strong>do</strong>s imigrantes <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
pelo interior paulista.<<strong>br</strong> />
Após a II Guerra cresceu sensivelmente a tendência entre<<strong>br</strong> />
os imigrantes japoneses de se fixarem em Mogi <strong>com</strong>o pequenos<<strong>br</strong> />
proprietários hortifruticultores. Essa tendência pode<<strong>br</strong> />
ser considerada <strong>com</strong>o um <strong>do</strong>s reflexos da fase crítica <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
processo de assimilação e integração à sociedade <strong>br</strong>asileira,<<strong>br</strong> />
vivenciada pelos nipônicos no perío<strong>do</strong> de 1938 a 1948.<<strong>br</strong> />
Já em 1934, a imigração japonesa sofrerá rude golpe <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />
aprovação, pela Assembléia Constituinte, <strong>do</strong> regime de<<strong>br</strong> />
quotas por nacionalidade 7 . No final dessa década, os japoneses<<strong>br</strong> />
estabeleci<strong>do</strong>s no Brasil viram-se submeti<strong>do</strong>s à pressões<<strong>br</strong> />
de <strong>do</strong>is tipos de nacionalismo: por um la<strong>do</strong>, o<<strong>br</strong> />
expansionismo militar japonês no Pacífico e, por outro, a<<strong>br</strong> />
política nacionalista a<strong>do</strong>tada durante o Esta<strong>do</strong> Novo. As<<strong>br</strong> />
restrições baixadas por Vargas — suspensão de jornais e<<strong>br</strong> />
escolas em idioma estrangeiro — abalaram profundamente<<strong>br</strong> />
os nipônicos, uma vez que significaram o rompimento de<<strong>br</strong> />
seus canais de <strong>com</strong>unicação num momento em que ainda<<strong>br</strong> />
não haviam alcança<strong>do</strong> o <strong>do</strong>mínio da língua portuguesa.<<strong>br</strong> />
Foi neste esta<strong>do</strong> praticamente de total isolamento <strong>do</strong>s japoneses<<strong>br</strong> />
que se iniciou a guerra no Pacífico (final de 1941), que<<strong>br</strong> />
trouxe <strong>com</strong>o conseqüência uma intensificação das medidas<<strong>br</strong> />
repressivas. Além <strong>do</strong> rompimento das relações diplomáti-<<strong>br</strong> />
5. Idem.<<strong>br</strong> />
13<<strong>br</strong> />
6. A BRATAC (Sociedade de Colonização <strong>do</strong> Brasil) —<<strong>br</strong> />
empresa japonesa de economia mista, <strong>com</strong> capital<<strong>br</strong> />
forma<strong>do</strong> pelas contribuições das Províncias e de particulares<<strong>br</strong> />
— objetivava recrutar e encaminhar os<<strong>br</strong> />
emigrantes de colonização agrícola que possuíam<<strong>br</strong> />
recursos próprios.<<strong>br</strong> />
O projeto aprova<strong>do</strong> estabelecia uma quota anual por<<strong>br</strong> />
nacionalidade equivalente a 2% <strong>do</strong> total entra<strong>do</strong> nos<<strong>br</strong> />
últimos 50 anos. Como a corrente migratória japonesa<<strong>br</strong> />
era bastante recente e se intensificara principalmente<<strong>br</strong> />
a partir de 1928, esse projeto impunha uma<<strong>br</strong> />
séria limitação aos interesses nipônicos: introdução<<strong>br</strong> />
de apenas 2.847 imigrantes por ano.