Casarão do Chá - Imigrantesjaponeses.com.br
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10<<strong>br</strong> />
1. BALDUS, Herbert e WILLEMS, Emilio. Casas e túmulos<<strong>br</strong> />
de japoneses no vale <strong>do</strong> Ribeira de Iguape.<<strong>br</strong> />
Revista <strong>do</strong> Arquivo Municipal. São Paulo, 77:121-35,<<strong>br</strong> />
jun./jul. 1941.<<strong>br</strong> />
2. ALMEIDA, Vicente Unzer de. Condições de vida <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
pequeno agricultor no município de Registro. São<<strong>br</strong> />
Paulo, Escola de Sociologia e Política, 1957.<<strong>br</strong> />
mento: <strong>com</strong>o <strong>com</strong>preender a presença, na área rural de Mogi<<strong>br</strong> />
das Cruzes, de uma construção imponente, <strong>com</strong> características<<strong>br</strong> />
formais de castelos e templos japoneses, edificada para<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>igar uma atividade fa<strong>br</strong>il? Como inserí-lo num<<strong>br</strong> />
panorama no qual os remanescentes arquitetônicos<<strong>br</strong> />
edifica<strong>do</strong>s pelos imigrantes nipônicos são praticamente<<strong>br</strong> />
desconheci<strong>do</strong>s? E ainda, <strong>com</strong>o recuperar a real<<strong>br</strong> />
contribuição desse contingente étnico nessa área, quan<strong>do</strong> o<<strong>br</strong> />
senso <strong>com</strong>um identifica-o, em geral, <strong>com</strong> atividades<<strong>br</strong> />
hortifrutigranjeiras, sistemas de cooperativas agrícolas,<<strong>br</strong> />
ideogramas presentes em vários estabelecimentos <strong>com</strong>erciais,<<strong>br</strong> />
etc?<<strong>br</strong> />
No âmbito acadêmico conhecemos diversos trabalhos so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
temas específicos relaciona<strong>do</strong>s <strong>com</strong> a colônia japonesa no<<strong>br</strong> />
Brasil, <strong>com</strong>o o estu<strong>do</strong> de seu processo imigratório, os problemas<<strong>br</strong> />
de assimilação e integração cultural, mobilidade geográfica<<strong>br</strong> />
e social, estruturas de parentesco, cooperativismo e<<strong>br</strong> />
assim por diante, <strong>com</strong>pon<strong>do</strong>, em seu conjunto, um quadro<<strong>br</strong> />
relativamente a<strong>br</strong>angente no campo das Ciências Sociais. No<<strong>br</strong> />
entanto, apesar da publicação de alguns ensaios preliminares,<<strong>br</strong> />
o assentamento espacial <strong>do</strong> japonês no ambiente urbano<<strong>br</strong> />
ou rural <strong>br</strong>asileiro ainda não foi adequadamente<<strong>br</strong> />
investiga<strong>do</strong>. Referimo-nos, em particular, a uma análise que<<strong>br</strong> />
considerasse a maneira <strong>com</strong>o o imigrante nipônico se defrontou<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o meio físico-cultural <strong>br</strong>asileiro, obviamente<<strong>br</strong> />
diverso <strong>do</strong> Japão, e <strong>com</strong>o, a partir de seu repertório original,<<strong>br</strong> />
foi <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> e se adaptan<strong>do</strong> ao novo habitat. O trabalho<<strong>br</strong> />
que se apresenta neste Caderno — desenvolvi<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
estu<strong>do</strong> de tombamento <strong>do</strong> <strong>Casarão</strong> <strong>do</strong> <strong>Chá</strong> de Mogi das<<strong>br</strong> />
Cruzes —, é uma tentativa de contribuir para superar esta<<strong>br</strong> />
lacuna, situan<strong>do</strong>-se, desta forma, entre os poucos já realiza<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
nesse senti<strong>do</strong>, <strong>com</strong>o os de Willems e Baldus 1 , Unzer<<strong>br</strong> />
de Almeida 2 e os recentes estu<strong>do</strong>s de tombamento realiza<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
pelo CONDEPHAAT so<strong>br</strong>e o Cemitério Japonês de<<strong>br</strong> />
Alvares Macha<strong>do</strong> e os galpões e engenho da Kaigai Kogyo<<strong>br</strong> />
Kabushiki Kaisha, em Registro.<<strong>br</strong> />
Em uma primeira instância, o <strong>Casarão</strong> <strong>do</strong> <strong>Chá</strong> suscitou algumas<<strong>br</strong> />
indagações: <strong>com</strong>o uma instalação de programa arquitetônico<<strong>br</strong> />
fa<strong>br</strong>il (beneficiamento e empacotamento de chá),<<strong>br</strong> />
localizada na área rural de Mogi das Cruzes, pôde ostentar<<strong>br</strong> />
elementos formais empresta<strong>do</strong>s de castelos e templos<<strong>br</strong> />
japoneses e a<strong>do</strong>tar um sistema construtivo característico <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
Japão? Por que seu proprietário haveria de se preocupar em<<strong>br</strong> />
requintar a tal ponto essa fá<strong>br</strong>ica, quan<strong>do</strong> dispunha aqui de<<strong>br</strong> />
alternativas construtivas mais simples e rápidas para seu<<strong>br</strong> />
empreendimento? Como explicar a presença da cultura <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
chá naquele município, reduto tradicional de produção<<strong>br</strong> />
hortifrutigranjeira, se foi em Registro que se desenvolveram<<strong>br</strong> />
os chazais mais significativos cultiva<strong>do</strong>s pelas mãos <strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
imigrantes japoneses? Houve condições específicas que<<strong>br</strong> />
permitiram