grupo imigrante italiano curato de colombo, paraná, 1888 – 1910.
grupo imigrante italiano curato de colombo, paraná, 1888 – 1910.
grupo imigrante italiano curato de colombo, paraná, 1888 – 1910.
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O fato era que esses <strong>imigrante</strong>s não <strong>de</strong>scansavam enquanto não construíssem uma<br />
capela e não tivessem um padre para rezar a missa. 42 Nesse sentido, o primeiro passo<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> obterem uma pequena porção <strong>de</strong> terra para construírem suas casas e<br />
<strong>de</strong>senvolverem sua ativida<strong>de</strong> agrícola, era unir forças para a construção <strong>de</strong> uma igreja. Este<br />
local serviria para o encontro dos moradores da colônia, on<strong>de</strong> além <strong>de</strong> cumprirem com seus<br />
preceitos religiosos po<strong>de</strong>riam conversar a respeito do seu dia-a-dia, trocar experiências,<br />
escapando ao isolamento social.<br />
Nessa perspectiva, po<strong>de</strong>mos afirmar que esse processo unia os moradores da<br />
colônia e fortalecia os seus laços <strong>de</strong> vizinhança, criando assim uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para o <strong>grupo</strong>.<br />
Isso na realida<strong>de</strong> era uma retomada da vida coletiva que era <strong>de</strong>senvolvida no país <strong>de</strong><br />
origem. Ou seja, através da prática religiosa os <strong>imigrante</strong>s queriam reorganizar-se social e<br />
culturalmente, mantendo seus valores étnicos. Além da língua origem, o que criava um<br />
sentimento <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong> entre esses <strong>italiano</strong>s e seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes era o fato <strong>de</strong> que se<br />
consi<strong>de</strong>ravam católicos, e essa catolicida<strong>de</strong> permitia que eles se i<strong>de</strong>ntificassem uns com<br />
outros.<br />
O <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>italiano</strong>s que estamos observando com certeza passou por esse processo,<br />
isso po<strong>de</strong> ser comprovado pelo documento que apresentamos logo abaixo. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
abaixo-assinado no qual quarenta e um <strong>italiano</strong>s da Colônia Alfredo Chaves solicitam ao<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Província a construção <strong>de</strong> uma igreja e um cemitério.<br />
“Nós, abaixo assinados, colonos resi<strong>de</strong>ntes na colônia Alfredo<br />
Chaves, pedimos a V. Ex.ª que man<strong>de</strong> colocar a Igreja e o<br />
cemitério da dita colônia que muito precisamos para conseguir a<br />
nossa religião, o que esperamos em V. Ex.ª esse benefício moral e,<br />
outrossim, lembramos a V. Ex.ª que para a construção <strong>de</strong>sses<br />
edifícios po<strong>de</strong>rá o governo utilizar-se das ma<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> dois<br />
barracões existentes nesta colônia. Colônia Alfredo Chaves, 21 <strong>de</strong><br />
janeiro <strong>de</strong> 1879.” 43<br />
42 ALVIM, Zuleika. Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo. In: SEVCENKO, NICOLAU (Org.).<br />
História da vida privada no Brasil. v.3. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.261.<br />
43 Correspondência Oficial da Província. Ano <strong>de</strong> 1879, Livro 583. p. 20 e 21. Arquivo Público<br />
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