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Fundos de Pensão - Fipecafi

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AUT UT UT UTOGESTÃO<br />

UT OGESTÃO . BAIXA PRÓ-ATIVIDADE DOS PARTICIPANTES DIFICULTA O MULTIPORTIFÓLIO<br />

chegou a <strong>de</strong>colar, em parte por conta da cultura<br />

particular <strong>de</strong> investimentos que caracteriza o participante<br />

brasileiro, diz E<strong>de</strong>r Carvalhaes da Costa<br />

e Silva, consultor sênior da Watson Wyatt.<br />

“Não há pesquisas específicas para explicar porque<br />

o multiportifólio ainda enfrenta tantas resistências<br />

no Brasil, mas um palpite que consi<strong>de</strong>ro<br />

razoável é a falta <strong>de</strong> pró-ativida<strong>de</strong> dos participantes,<br />

habituados a receber um mo<strong>de</strong>lo pronto<br />

<strong>de</strong> plano, sem opção para escolher um perfil próprio<br />

<strong>de</strong> investimento”. Mesmo nos casos em que<br />

as entida<strong>de</strong>s oferecem o multiportifólio, o resultado<br />

tem mostrado um certo imobilismo. “As pessoas<br />

não escolhem, simplesmente <strong>de</strong>ixam essa<br />

<strong>de</strong>cisão para a entida<strong>de</strong> e preferem não fazer mudanças<br />

na gestão dos investimentos, ou então<br />

escolhem e nunca mais mudam”.<br />

Esse comportamento é reforçado quando as<br />

empresas patrocinadoras têm uma cultura mais<br />

paternalista, que permite ao participante esperar<br />

<strong>de</strong>cisões prontas, lembra o consultor Lauro Araújo,<br />

da Mercer Investment Consulting, que organizou<br />

seminário técnico especialmente para discutir<br />

as alternativas. No passado, diz ele, muitas entida<strong>de</strong>s<br />

não tiveram sucesso na adoção <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo<br />

porque os participantes não optavam, mas o<br />

momento atual é mais do que a<strong>de</strong>quado para incrementar<br />

a discussão.<br />

Dispersão<br />

Embora não veja uma tendência cristalizada<br />

nessa direção, Araújo afirma que tem crescido o<br />

interesse das entida<strong>de</strong>s pelo tema à medida que<br />

aumenta a dispersão do perfil <strong>de</strong> seus participantes.<br />

“Graças ao amadurecimento do sistema,<br />

já temos EFPCs com gran<strong>de</strong> dispersão, reunindo<br />

participantes em diversas etapas da carreira profissional,<br />

ou seja, no começo, meio ou fim do<br />

Quando há muita disparida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> entre os participantes,<br />

a entida<strong>de</strong> está pronta para<br />

implementar o multiportifólio<br />

período <strong>de</strong> poupança previ<strong>de</strong>nciária. Neste caso<br />

o grau <strong>de</strong> tolerância ao risco muda sensivelmente,<br />

favorecendo a idéia <strong>de</strong> planos com perfis <strong>de</strong><br />

risco diferentes”.<br />

Participantes com 30 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ilustra o<br />

consultor, terão poupado apenas 10% a 15% do<br />

total <strong>de</strong> sua previdência, estando, portanto, mais<br />

voltados para investimentos com maior risco, mas<br />

com maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno, enquanto pessoas<br />

com 45 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> estão no meio do caminho<br />

e já começam a enxergar a aposentadoria <strong>de</strong><br />

modo mais concreto, reduzindo sua disposição<br />

para riscos. Nessa faixa, ele lembra que o participante<br />

ainda não tem muito problema para aceitar a<br />

volatilida<strong>de</strong> dos ativos nos quais seu dinheiro está<br />

aplicado, mas, também, já não quer mais investir<br />

100% em bolsa e procura acompanhar melhor as<br />

cotas dos fundos, etc. “Para quem está na reta<br />

final para aposentadoria, em torno dos 55 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, uma cota negativa po<strong>de</strong> ser muito mais preocupante,<br />

então fica claro que há necessida<strong>de</strong>s distintas<br />

e isso, num plano do tipo Contribuição Definida,<br />

po<strong>de</strong> dificultar as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento<br />

aprovadas pelo Conselho”, diz Araújo.<br />

Em 2007, com o aumento da volatilida<strong>de</strong> no<br />

mercado financeiro <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um longo período<br />

<strong>de</strong> ganhos na Bolsa, essa distinção ficou ainda<br />

mais evi<strong>de</strong>nciada. “Vimos casos <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s em<br />

que alguns representantes dos participantes queriam<br />

aumentar a alocação em Bolsa e assumir ainda<br />

mais risco porque a fundação já estava com resultados<br />

bem acima da meta atuarial, enquanto outros,<br />

pensando como os participantes mais velhos,<br />

<strong>de</strong>fendiam a tese <strong>de</strong> garantir os ganhos e reduzir o<br />

grau <strong>de</strong> exposição ao risco. Quando a entida<strong>de</strong><br />

está nessa situação, está pronta para implementar<br />

o multiportifólio porque consegue i<strong>de</strong>ntificar as<br />

necessida<strong>de</strong>s distintas”, observa o consultor.<br />

Regras mais a<strong>de</strong>rentes<br />

O multiportifólio no Brasil ainda é mais expectativa<br />

do que tendência, até porque se a legislação<br />

abriu espaço para novos tipos <strong>de</strong> planos, ainda<br />

não é a<strong>de</strong>quada para criar um arcabouço <strong>de</strong><br />

CD/CV e faltaria uma regulamentação específica<br />

para os planos com diferentes perfis, por exemplo.<br />

E<strong>de</strong>r Carvalhaes <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma mudança nas<br />

26 FUNDOS DE PENSÃO

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