Fundos de Pensão - Fipecafi
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GABAS: UM REFORMA SERÁ NECESSÁRIA, MAS AINDA NÃO É PRIORIDADE . IDÉIAS<br />
IDÉIAS<br />
mente haverá um único gestor, mas <strong>de</strong>pois será necessário<br />
abrir licitação entre as instituições financeiras.<br />
No restante, será uma entida<strong>de</strong> privada, inclusive<br />
fiscalizada pela Secretaria <strong>de</strong> Previdência Complementar<br />
(SPC). Aliás, até lá, esperamos que já seja a<br />
Previc. O governo tem dado orientação à base para<br />
aprovação. Mas a dinâmica do Congresso é muito<br />
própria e sujeita a intempéries. Não po<strong>de</strong>mos falar em<br />
prazo, está lá para ser discutido e aprovado, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
da conjuntura. Outros estados, como o Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul, já discutem projeto semelhante.<br />
Previc<br />
A discussão foi retomada no governo, que assumiu<br />
o compromisso <strong>de</strong> enviar a proposta <strong>de</strong> criação<br />
da autarquia nos mesmos mol<strong>de</strong>s da extinta Medida<br />
Provisória, só que agora via projeto <strong>de</strong> lei. Ainda não<br />
foi enviada porque é necessário prever as regras <strong>de</strong><br />
funcionamento e a estrutura necessária, inclusive o<br />
custo. O projeto está no Ministério do Planejamento<br />
justamente para que seja feita esta previsão. É igual<br />
ao mo<strong>de</strong>lo antigo, sem mudanças. Está <strong>de</strong>morando<br />
um pouco mais porque as categorias envolvidas,<br />
como a dos auditores, estão em plena negociação<br />
salarial. No mês <strong>de</strong> abril queremos que o projeto esteja<br />
na Casa Civil. E vai ser aprovado. Não tem porque<br />
não ser. A Câmara já aprovou e o Senado tem o compromisso<br />
<strong>de</strong> aprovar se for do mesmo mo<strong>de</strong>lo que a<br />
extinta MP. E está indo da mesma forma. O projeto é<br />
bom para o País, não tem ninguém na socieda<strong>de</strong> contra.<br />
Acho, portanto, pouco provável que não cumpram<br />
o compromisso. Dentro da conjuntura do Congresso<br />
no momento em que o PL chegar lá, po<strong>de</strong> ser<br />
até uma aprovação rápida. Nossa expectativa é colocar<br />
a estrutura em funcionamento ainda este ano. Até<br />
pelo bem do crescimento do setor, que só cresce na<br />
base da confiança.<br />
Previdência complementar<br />
Des<strong>de</strong> o primeiro programa do governo já se tinha<br />
a convicção <strong>de</strong> que este era um setor importantíssimo<br />
para o país, não só para <strong>de</strong>terminada categoria.<br />
Para o país, a previdência complementar é estruturante.<br />
Vale lembrar as privatizações. Pela importância<br />
e magnitu<strong>de</strong> dos números, e pelo que a poupança<br />
representa para o trabalhador, não queremos fundos<br />
quebrados. Para isso, é necessário estar sob normas<br />
rígidas. Em 2003, a SPC praticamente não existia. Operar<br />
da forma como estava era operar na irresponsabilida<strong>de</strong>.<br />
Havia inúmeros processos empilhados, parados,<br />
total instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regras. Se a atual estrutura<br />
<strong>de</strong> fiscalização não estivesse funcionando, o próprio<br />
sistema estaria pedindo a saída, e não seu fortalecimento,<br />
por meio da Previc. A política <strong>de</strong> governo para<br />
o setor é estável, sem aventuras.<br />
Previdência associativa<br />
A nova lei previa a previdência complementar pela<br />
via associativa. Estruturamos o mo<strong>de</strong>lo e hoje temos<br />
mais <strong>de</strong> 150 novos planos associativos, abrangendo<br />
carreiras importantes. E também há uma perspectiva<br />
<strong>de</strong> crescimento por meio <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong>. Cada vez<br />
mais o mercado, pelo seu dinamismo, exige essa estrutura.<br />
Acredito que no futuro ainda teremos uma<br />
transição da “carteira assinada” para outro mo<strong>de</strong>lo.<br />
Já vivemos isso fortemente entre algumas categorias.<br />
Com a Lei Complementar 109, esse trabalhador<br />
passou a ter acesso à previdência complementar.<br />
Desafios<br />
Acho que vencemos algumas etapas importantes.<br />
A previdência já conseguiu mudar a imagem <strong>de</strong><br />
uma política falida, quebrada, que não tem sustentação.<br />
A previdência é viável, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> redistribuição<br />
que nós usamos no Brasil e que, tecnicamente, é<br />
chamado <strong>de</strong> repartição, foi muito questionado. Sua<br />
contraposição é o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> capitalização, que já<br />
<strong>de</strong>scartamos. Nos impõe uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir<br />
com a socieda<strong>de</strong> uma reforma no futuro, muito fundamentada<br />
no dinamismo dos fatores que compõem<br />
o regime, a montagem <strong>de</strong> um sistema previ<strong>de</strong>nciário,<br />
em que um dos fortes componentes é a questão <strong>de</strong>mográfica.<br />
Vive-se mais, portanto tem que se adiar o<br />
início da aposentadoria. Precisamos mo<strong>de</strong>lar a previdência<br />
para as gerações futuras. Não <strong>de</strong>fendo mudanças<br />
<strong>de</strong> regras para quem está no mercado. Acredito<br />
que a reforma <strong>de</strong>va ser consensual, sem traumas.<br />
Temos o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> intensificar o <strong>de</strong>bate sobre previdência.<br />
Outro <strong>de</strong>safio é <strong>de</strong>belar as frau<strong>de</strong>s, o que temos<br />
obtido com a atuação conjunta <strong>de</strong> vários órgãos.<br />
Também é fundamental consolidar as políticas <strong>de</strong> proteção<br />
da previdência social, esten<strong>de</strong>ndo para segmentos<br />
como o trabalhador migrante, o que já começamos<br />
a fazer.<br />
ABRIL 2008 33