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Relatório_Acidentes Mortais em GIFs 2013.pdf

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do
Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

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Universidade de Coimbra Os Incêndios Florestais de 2013<br />

Em 2003 tiv<strong>em</strong>os um inverno e início da primavera com precipitação muito acima do normal na<br />

generalidade do País, como se pode ver no gráfico da Figura 3, <strong>em</strong> que se mostra a precipitação acumulada<br />

no ano hidrológico (a partir de set<strong>em</strong>bro) registada no Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, <strong>em</strong><br />

comparação com os valores normais para o período de 1971 a 2000. Esta circunstância favoreceu o<br />

crescimento de vegetação fina, do tipo herbácea e arbustiva que ficou depois disponível para suportar a<br />

propagação do fogo (cf. Viegas, 1994). A partir de junho a precipitação cessou e ocorreram várias ondas de<br />

calor de extr<strong>em</strong>a gravidade, sobretudo no interior do País. Algumas t<strong>em</strong>pestades secas causaram um grande<br />

número de ignições que, associadas às ignições de natureza antrópica, produziram a rutura do sist<strong>em</strong>a de<br />

combate e tiveram como resultado a extensa área que já foi referida.<br />

Figura 3 – Evolução da precipitação acumulada no ano hidrológico, registada <strong>em</strong> Coimbra, nos anos de 2003, 2005 e 2013, <strong>em</strong><br />

comparação com os valores normais entre 1970 e 2000.<br />

O ano de 2005 caraterizou‐se por uma seca muito prolongada que conduziu a um stress hídrico geral<br />

na vegetação que ao ter valores anormalmente baixos do teor de humidade ficou muito propensa a suportar<br />

a combustão. Nesse ano tiv<strong>em</strong>os a área ardida que foi referida.<br />

Como se pode ver na Figura 3, baseando‐nos s<strong>em</strong>pre nos dados registados <strong>em</strong> Coimbra, o ano<br />

hidrológico de 2013 teve s<strong>em</strong>elhanças tanto com 2003 como com 2005. Nos quatro meses iniciais, de<br />

set<strong>em</strong>bro a dez<strong>em</strong>bro de 2012 foi s<strong>em</strong>elhante a 2005, com valores de precipitação próximos dos normais,<br />

divergindo depois daquele ano, com valores normais de precipitação <strong>em</strong> janeiro e fevereiro. A partir de<br />

março foi‐se aproximando do ano de 2005. Com valores anormalmente elevados de precipitação <strong>em</strong> março<br />

e com precipitação regular <strong>em</strong> abril, maio e junho, observou‐se um crescimento elevado de vegetação fina.<br />

Em julho, agosto e set<strong>em</strong>bro praticamente não choveu.<br />

Note‐se que a situação descrita se reporta a Coimbra e a boa parte da região Centro; houve no entanto<br />

outras regiões, como o interior Norte, <strong>em</strong> que os mesmos factos se passaram com algum desfasamento, que<br />

<strong>em</strong> certa medida antecipou e possivelmente agravou as condições descritas nessas regiões.<br />

A chuva tardia prejudicou os trabalhos de limpeza de terrenos que normalmente se faz<strong>em</strong> antes do<br />

verão. Nalguns casos onde foram feitos, a erva voltou a crescer depois das chuvas de maio ou junho. A chuva<br />

contribuiu igualmente para o atraso do período normal de incêndios, que começou com toda a força <strong>em</strong><br />

meados de julho com uma onda de calor registada por volta dos dias 8 a 12. A partir do dia 1 de agosto a<br />

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