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Relatório_Acidentes Mortais em GIFs 2013.pdf

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do
Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

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Um el<strong>em</strong>ento dos GIPS, que tentou socorrer esta equipa, teve de se refugiar num aqueduto para escapar às<br />

chamas, tendo sido hospitalizado.<br />

Acidente de Sanfins<br />

No acidente de Sanfins, Valença, ocorrido igualmente no dia 29 de agosto, perdeu a vida o Bombeiro<br />

Fernando Manuel Sousa Reis (50 anos), dos BV Valença, que participava no ataque inicial a um foco de<br />

incêndio, numa encosta coberta de mato. A dada altura o fogo ganhou grande intensidade e, perante a ord<strong>em</strong><br />

de retirar, a equipa subiu para a estrada, abrigando‐se por trás da viatura. O Bombeiro Fernando Reis que<br />

era o condutor da viatura, tentou retirá‐la, para evitar a aproximação das chamas, mas ao entrar na cabina,<br />

as chamas causaram a combustão de vários materiais do interior do veículo. Não conseguindo suportar o<br />

calor e o fumo, saltou da cabina, pela janela do lado direito, que estava aberta, caindo na estrada, onde foi<br />

socorrido. A viatura continuou a rolar, vindo a cair na encosta, tendo‐se imobilizado na orla da área ardida.<br />

Conclusões e Recomendações<br />

Mant<strong>em</strong>‐se a necessidade de incr<strong>em</strong>entar as ações de prevenção estrutural, destinadas a construir e<br />

manter as faixas de gestão de combustíveis, a fim de tornar mais viável a tarefa de supressão dos grandes<br />

incêndios e para aumentar a segurança dos combatentes.<br />

Impõe‐se melhorar a sensibilidade dos cidadãos para evitar ações de risco, nomeadamente trabalhos<br />

agrícolas, florestais ou outros e, muito <strong>em</strong> especial, o uso de fogo, <strong>em</strong> dias de risco elevado, a fim de se<br />

reduzir o número de ignições. É necessário agir no sentido de envolver mais a população na vigilância,<br />

proteção e autodefesa, dotando as pessoas com formação e recursos adequados a este fim.<br />

Convém melhorar a integração e articulação de todas as entidades envolvidas no sist<strong>em</strong>a nacional de<br />

defesa da floresta contra os incêndios, quer no âmbito nacional, quer no local, promovendo ações e medidas<br />

de interligação entre os recursos locais e os provenientes de outras áreas, para melhorar a eficácia das ações.<br />

É necessário melhorar a formação dos Bombeiros <strong>em</strong> matérias relacionadas com o comportamento do<br />

fogo, <strong>em</strong> especial <strong>em</strong> situações extr<strong>em</strong>as, para assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do<br />

cumprimento dos procedimentos de segurança, no combate ao fogo. No caso do combate <strong>em</strong> encostas ou<br />

desfiladeiros, recomenda‐se a adoção do protocolo CEIF que é proposto neste relatório.<br />

Deve‐se cuidar o equipamento dos Bombeiros, não se poupando no seu preço, na sua qualidade ou na<br />

exigência das suas especificações. Deve‐se insistir <strong>em</strong> que os Bombeiros e outros agentes dev<strong>em</strong> levar o fireshelter<br />

s<strong>em</strong>pre consigo no TO. Deve fomentar‐se nas pessoas a ideia de que, <strong>em</strong> caso de <strong>em</strong>ergência, não<br />

dev<strong>em</strong> hesitar <strong>em</strong> abandonar os seus equipamentos, por muito valiosos que sejam.<br />

Deve‐se melhorar as condições de prestação de socorro aos Bombeiros <strong>em</strong> situações críticas, como as<br />

que sucederam neste ano, por ex<strong>em</strong>plo dotando as viaturas com meios de prestação de socorro ou<br />

distribuindo ambulâncias com capacidade todo‐o‐terreno.<br />

A metodologia de uso do fogo como técnica de supressão deve ser revista. Consideramos que se deve<br />

ampliar a sua abrangência t<strong>em</strong>poral e territorial, para assegurar que um número maior de pessoas tenha<br />

competências reconhecidas no uso do fogo para uma utilização mais oportuna. Deve além disso impor‐se<br />

uma maior disciplina nesta área da gestão dos incêndios florestais.

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