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Relatório_Acidentes Mortais em GIFs 2013.pdf

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

Relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais - ADAI/LAETA do
Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, com o fim de apurar as causas que levaram aos acidentes que provocaram a morte a 9 bombeiros.

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Universidade de Coimbra Os Incêndios Florestais de 2013<br />

Figura 44 – Simulação do campo de vento na zona do reacendimento de 9 de julho<br />

Quando se deu o reacendimento o vento de oeste apresentava de um modo geral maiores velocidades<br />

ao subir as encostas com exposição também a oeste. As velocidades mais baixas registavam‐se nos vales mais<br />

abrigados maioritariamente de exposição este. A propagação do fogo no sentido O‐E e a subir as encostas<br />

cobertas de mato terá tido velocidades muito elevadas. A passag<strong>em</strong> do rio Sabor não foi muito difícil pois o<br />

vento forte transportou facilmente partículas incandescentes de umas encostas para outras.<br />

Como foi descrito atrás a carga de vegetação herbácea ao longo das margens das linhas de água era<br />

muito grande. O seu grau de secura também. A velocidade de propagação do incêndio por estas áreas logo<br />

nesta fase nascente (se considerarmos o reacendimento como o início desta segunda fase do incêndio) terá<br />

sido muito superior ao normal. Desde o reacendimento até ao momento <strong>em</strong> que foi pedida ajuda nas obras<br />

do novo Santuário de Santo Antão da Barca passaram cerca de 3 horas. O incêndio percorreu cerca de 5km<br />

(<strong>em</strong> linha reta) o que se traduz numa velocidade média de propagação de 1,67km/h, um valor superior ao<br />

normal. Pod<strong>em</strong>os fazer alguns cálculos simples com o simulador Behaveplus (www.fire.org/) usando dois<br />

modelos de combustível a descrever herbáceas e mato, ambos com cargas elevadas e para um cenário de<br />

t<strong>em</strong>po quente e seco (THC s<strong>em</strong>elhante ao calculado na Figura 20). Os resultados da Tabela 7 mostram a<br />

variação da velocidade de propagação <strong>em</strong> função do declive e de vento médio de 20km/h.<br />

Tabela 7 – Simulações da velocidade de propagação do fogo com vento de 20km/h (BehavePlus)<br />

Declive % 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100<br />

Velocidade de<br />

propagação (km/h)<br />

Herbáceas 1,19 1,20 1,25 1,33 1,45 1,59 1,77 1,98 2,23 2,50 2,81<br />

Mato 1,00 1,01 1,05 1,10 1,19 1,30 1,42 1,57 1,75 1,95 2,17<br />

Traçando uma linha correspondente que estimámos anteriormente ter sido o avanço do incêndio entre<br />

o reacendimento e o novo Santuário pod<strong>em</strong>os analisar o relevo e a variação do declive, como se mostra na<br />

Figura 45<br />

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