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IPARDES & IAPAR. O mercado de orgânicos no Paraná

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INTRODUÇÃO<br />

O Projeto "O <strong>mercado</strong> <strong>de</strong> Orgânicos <strong>no</strong> Paraná: caracterização e tendências",<br />

<strong>de</strong>senvolvido <strong>no</strong> âmbito do Convênio SETI/<strong>IPARDES</strong>/<strong>IAPAR</strong>-TC 06/05, iniciado em setembro<br />

<strong>de</strong> 2005 e concluído em outubro <strong>de</strong> 2006, tem como objetivo geral i<strong>de</strong>ntificar e caracterizar o<br />

<strong>mercado</strong> dos produtos orgânicos <strong>no</strong> Estado do Paraná e os principais agentes <strong>de</strong><br />

comercialização que atuam nesse <strong>mercado</strong>, bem como subsidiar a formulação <strong>de</strong> políticas<br />

públicas <strong>de</strong> ciência e tec<strong>no</strong>logia para o <strong>de</strong>senvolvimento do setor.<br />

Esse estudo torna-se oportu<strong>no</strong> num cenário em que são crescentes a produção, a<br />

comercialização e o consumo <strong>de</strong> produtos orgânicos não só <strong>no</strong> Estado do Paraná, mas<br />

também <strong>no</strong>s âmbitos nacional e mundial. Cada vez mais se confirma que tal expansão não<br />

reflete uma situação conjuntural, mas um quadro com características estruturais, na medida<br />

em que se intensifica a busca por mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, tanto para os homens como para<br />

o meio ambiente em geral, traduzindo-se, neste caso, na produção e consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

"limpos e saudáveis".<br />

Tal busca vem se intensificando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os a<strong>no</strong>s 70 do século passado, <strong>de</strong>corrente<br />

das críticas e inquietações <strong>de</strong> diferentes segmentos da socieda<strong>de</strong> contemporânea com<br />

relação ao tipo e ao ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento adotado pelas socieda<strong>de</strong>s capitalistas. Dentre<br />

as principais conseqüências <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>senvolvimento evi<strong>de</strong>nciavam-se a <strong>de</strong>gradação intensa e<br />

acelerada dos recursos naturais, as rápidas transformações técnicas e sociais <strong>no</strong>s distintos<br />

sistemas produtivos, a ocupação e aglomeração <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e precária nas cida<strong>de</strong>s, bem<br />

como um conjunto <strong>de</strong> mazelas <strong>no</strong> meio rural. Neste último caso <strong>de</strong>stacavam-se a<br />

concentração fundiária, o êxodo rural, as transformações <strong>no</strong>s sistemas <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong><br />

relações sociais, a massificação e a <strong>de</strong>pendência produtiva <strong>de</strong> insumos industriais<br />

(maquinários, sementes, agroquímicos em geral), bem como a uniformização e<br />

homogeneização dos processos produtivos <strong>de</strong> bens alimentares. Em conseqüência,<br />

constatava-se não só a <strong>de</strong>sarticulação sociocultural rural, como também a perda da<br />

diversida<strong>de</strong> cultural e dos sistemas <strong>de</strong> cultivo, além do esgotamento e até extinção da<br />

biodiversida<strong>de</strong> em diversas regiões.<br />

Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>sse cenário tor<strong>no</strong>u-se evi<strong>de</strong>nte a emergência da preocupação<br />

pela sustentabilida<strong>de</strong> ambiental e social por parte da socieda<strong>de</strong> em geral. No caso específico<br />

do rural, essa condição foi uma das principais alavancas para a ampliação <strong>de</strong> práticas<br />

agrícolas produtivas com base sustentável, a valorização do conhecimento <strong>de</strong> populações do<br />

campo – agricultores familiares, populações indígenas e tradicionais –, a busca pelo manejo<br />

produtivo em distintos ecossistemas. Nesse contexto <strong>de</strong>stacam-se diferentes formas <strong>de</strong>

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