IPARDES & IAPAR. O mercado de orgânicos no Paraná
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Do lado das iniciativas governamentais cabe <strong>de</strong>stacar a ação da SEAB (Secretaria<br />
<strong>de</strong> Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná), do Instituto Agronômico do Paraná<br />
(<strong>IAPAR</strong>) e do Instituto EMATER. Na segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 80, tais iniciativas se<br />
apresentaram mediante programas <strong>de</strong> cunho conservacionista, como o PMISA (Programa <strong>de</strong><br />
Manejo Integrado <strong>de</strong> Solos e Águas), <strong>de</strong>senvolvido pela SEAB, que visava estimular<br />
métodos produtivos com atenção aos recursos naturais, como o solo e a água.<br />
Uma iniciativa governamental voltada especificamente à agricultura sustentável<br />
ocorreu também na primeira meta<strong>de</strong> daquela década, <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Agudos do Sul,<br />
situado a 60 quilômetros ao sul <strong>de</strong> Curitiba. Na oportunida<strong>de</strong>, a EMATER, empresa <strong>de</strong><br />
extensão rural, apoiou o trabalho <strong>de</strong> um técnico local com uma associação <strong>de</strong> agricultores,<br />
voltado à conversão da produção <strong>de</strong> olerícolas do sistema convencional ao sistema <strong>de</strong><br />
produção biodinâmico. Toda a comercialização da produção se dava por meio da venda<br />
direta <strong>de</strong> sacolas, entregues principalmente para grupos <strong>de</strong> consumidores <strong>de</strong> algumas<br />
instituições públicas, como a própria SEAB, a EMATER e o <strong>IPARDES</strong>. Esta experiência foi<br />
interrompida com a saída do responsável, em 1986.<br />
O a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1989 representou um marco <strong>no</strong> processo, particularmente na região <strong>de</strong><br />
Curitiba, quando, a partir <strong>de</strong> atores da socieda<strong>de</strong> civil, iniciou-se naquele a<strong>no</strong> o que hoje se<br />
conhece como Feira Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produtos Orgânicos. A primeira barraca <strong>de</strong> venda direta <strong>de</strong><br />
produtos orgânicos foi instalada ao lado da Feira <strong>de</strong> Artesanato <strong>de</strong> Curitiba, realizada aos<br />
domingos pela manhã, <strong>no</strong> Largo da Or<strong>de</strong>m, região central da cida<strong>de</strong>. Entre 1989 e 1995<br />
vários agricultores juntaram-se à iniciativa, sendo que a feira representava o principal tipo <strong>de</strong><br />
<strong>mercado</strong> para a comercialização dos seus produtos, os quais eram garantidos pela relação<br />
<strong>de</strong> confiança entre agricultor e consumidor. Cabe <strong>de</strong>stacar que várias proprieda<strong>de</strong>s dos<br />
agricultores eram certificadas, na época, pelo Instituto Biodinâmico (IBD).<br />
Em 1991, parte daqueles que participaram da criação do GEAE fundou o IVV -<br />
Instituto Ver<strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural, com se<strong>de</strong> em Curitiba, com dois objetivos<br />
principais: prestar assessoria técnica a projetos em agricultura orgânica <strong>no</strong> Paraná e<br />
estimular o Estado a <strong>de</strong>senvolver políticas públicas para tal segmento. Naquele a<strong>no</strong> iniciouse<br />
um processo <strong>de</strong> articulação e organização em tor<strong>no</strong> da agricultura orgânica na RMC,<br />
quando membros do IVV, os agricultores da Feira Ver<strong>de</strong> e outras pessoas ligadas direta ou<br />
indiretamente, somando mais <strong>de</strong> 60 pessoas, reuniram-se na prefeitura do município <strong>de</strong><br />
Quatro Barras, na RMC, apoiadas pelo técnico 24 do escritório local do Instituto EMATER do<br />
município, para discutir propostas e ações.<br />
24 O técnico, Geraldo Deffune, era quem havia <strong>de</strong>senvolvido o trabalho com os agricultores do município <strong>de</strong><br />
Agudos do Sul.